FUNCIONAMENTO DO CENTRO DRAGÃO DO
MAR
Geral: de segunda a quinta, das
8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. Bilheteria: de terça
a domingo, a partir das 14h.
Cinema do Dragão: de terça a
domingo, das 14h às 22h. Ingressos: R$ 14 e R$ 7 (meia). Às terças-feiras, o
ingresso tem valor promocional: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).
Museus: de terça a sexta, das 9h
às 19h (acesso até as 18h30); sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h
(acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
Multigaleria: de terça a domingo,
das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
OBS.: Às segundas-feiras, o
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus,
Multigaleria e bilheterias
► [PALESTRA] CONVERSA DE PROA #4
O Instituto Dragão do Mar,
através da aceleradora de projetos Porto Dragão Música, realiza mais uma edição
do Conversa de Proa, nesta segunda-feira, dia 26 de março, no Auditório do
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Em pauta, a palestra “O rock, o metal e
os festivais”, que vai abordar questões sobre comunicação, mercado e o acesso
de músicos e bandas aos festivais de rock brasileiros. Na ocasião, a curadoria
do programa Praça do Rock também apresentará os selecionados para a programação
de 2018.
A conversa se inicia às 19h e
terá à mesa os convidados: Jolson Ximenes, baixista e fundador da banda
Obskure, curador do ForCaos e vice-presidente da Associação Cultural Cearense
do Rock (ACR); Alcides Burn, curador do Festival Abril Pro Rock e proprietário
do recém-criado selo Burn Records; Ricardo Batalha, que trabalha na Revista
Roadie Crew e é editor do Portal Rockarama; e Amaudson Ximenes, fundador da
ACR, diretor-presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do
Ceará, integrante dos Conselhos Municipal e Estadual de Política Cultural e
produtor-executivo do ForCaos.
Durante a Conversa de Proa #4,
também serão divulgadas as 24 bandas selecionadas para a programação da Praça
do Rock 2018. Realizado mensalmente desde 2015 pelo Centro Dragão do Mar em
parceria com a ACR, o programa tem o objetivo de fortalecer a difusão do
trabalho autoral de artistas e grupos musicais cearenses de várias matizes do
rock. Com demanda crescente, a curadoria da Praça do Rock optou por realizar
inscrições e uma seleção para a programação deste ano, que terá agora três
bandas a cada edição, em apresentações que ocorrerão de maio a dezembro deste
ano. Foram mais de 160 inscritos.
SOBRE OS CONVIDADOS
Jolson Ximenes
Bacharel em Música pela
Universidade Estadual do Ceará (2001). Bacharel em Direito pela Universidade de
Fortaleza (2014), tendo sua monografia de conclusão de curso tratando da
liberdade de expressão artística e livre exercício profissional do músico à luz
da Constituição Federal de 1988. É baixista e fundador da banda Obskure. É
produtor-executivo da banda OS TRANSACIONAIS. É produtor, diretor artístico e
curador do Festival ForCaos (desde 1999), capitaneado pela ACR. Foi assistente
de produção na Mostra Rock/Feira da Música (2005 a 2012). Produtor Técnico/Artístico
do projeto SEXTA ROCK (desde abril/2001). Curador do Festival Cuca Independente
2015. É vice-presidente da Associação Cultural Cearense do Rock (ACR) e foi 1º
Secretário da instituição no período de 1998 a 2004.
Alcides Burn
É pernambucano, diretor de arte,
produtor cultural, músico e curador do Festival Abril Pro Rock há 4 anos.
Produziu diversos shows nacionais e internacionais na capital pernambucana como
Angra, André Matos, Obituary, Destruction, Doctor Sin, Belphegor, Project 46, entre
outros. Em 2015, idealizou o tributo brasileiro aos portugueses do Moonspell
denominado “Em nome do medo”, com diversas bandas na cena brasileira. É
proprietário do recém-criado selo Burn Records, que tem como primeiro
lançamento o novo álbum da banda de death metal Decomposed God. Burn também é
vocalista da banda Inner Demons Rise.
Ricardo Batalha
Paulistano, 48 anos de idade, tem
uma trajetória que se confunde com a própria história do heavy metal no Brasil.
Trabalha na revista Roadie Crew (Classic Rock e Heavy Metal) desde 1996 e é um
dos diretores da ASE Press – Assessoria e Consultoria, empresa fundada em 1992
por seu irmão, o jornalista Frederico Batalha. Além do trabalho de consultoria
e assessoria, que incluiu a empresa Brasil Music Press (2004 a 2013), vem
colaborando para diversos veículos de mídia ligados ao heavy/rock desde os anos
1980. Também é um dos editores do portal Rockarama, que estreou em março de
2017.
Amaudson Ximenes
É músico, sociólogo e produtor
cultural. É fundador da Associação Cultural Cearense do Rock (ACR) e
diretor-presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Ceará. É
integrante dos Conselhos Municipal e Estadual de Política Cultural, representando
a linguagem: Música. Produtor-executivo do ForCaos. Produtor e curador dos
projetos Praça do Rock e Sexta Rock. Foi curador do programa Rock Cordel, de 2007 a 2015. Produtor do
Palco do Rock na Feira da Música, de 2007 a 2013. Curador da Mostra Petrúcio Maia de
Música (2006). Integrou o júri da Mostra de Música Petrúcio Maia em 2017.
Curador e produtor do Festival Cuca Independente, nos anos de 2014 e 2015.
// Dia 26 de março de 2018, às
19h, no Auditório. Acesso gratuito. Classificação etária: Livre.
► [CIRCO] Espetáculo "Cabaré
da Desgraça"
As 10 Graças
O riso não é uma brincadeira, e
nós não temos a menor intenção de abdicar a ele. O Cabaré da Desgraça é a
segunda montagem do Grupo As 10 Graças, o primeiro trabalho desenvolvido para
espaços fechados, uma festa, uma celebração a vida e aos excessos, a energia
trazida da rua em toda sua potência. Fruto de uma investigação intensa no
universo da bufonaria, o espetáculo explora a linha dos corpos entre a
sensualidade e o grotesco, envolvendo os dispostos a um estado de êxtase e
liberdade.
// Dias 27 e 28 de março de 2018,
às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00
(meia). Classificação etária: 16 anos.
► [ARTES VISUAIS] Roda de
Conversa: Mulher Vírgula!
Em cartaz na Multigaleria do
Dragão desde o dia 15 de março, a exposição “Mulher Vírgula!” realiza, no dia
29, fala com artistas a partir das obras, dos processos criativos e da
realidade atual. Com curadoria de Cecília Bedê, a mostra coletiva se propõe como
espaço de debate para além da temática do feminino, rebatendo esteriótipos e
quebrando padrões. Dezenove artistas que materializam em diversas linguagens
artísticas embates frontais a partir de suas presenças na arte, no trabalho, na
política, na maternidade, na rua, no corpo e na cultura. Integram o coletivo
Aline Albuquerque (instalação), Clara Capelo (fotografia), Fernanda Meireles
(instalação com lambes), Aspásia Mariana, Beatriz Gurgel, Dhiovana Barroso,
Elisa de Azevedo, Emi Teixeira, Marissa Moana, Micinete, Renata Cidrack,
Shéryda Lopes, Flávia Memória (instalação), Ingra Rabelo (desenho/intervenção),
Julia Debasse (pintura), Lia de Paula (fotografia), Marina de Botas (desenho),
Simone Barreto (desenho) e Virgínia Pinho (vídeo).
// Dia 29 de março de 2018, às
19h, na Multigaleria. Acesso gratuito. Classificação etária: Livre.
► [MÚSICA] Lançamento do disco
“Futuro e Memória”, de Rogério Franco e Dalwton Moura
"Caminhar a vida, recontar a
história, cada novo dia, ontem e agora...". Os versos do refrão de
"Futuro e Memória", faixa-título do álbum que Rogério Franco e
Dalwton Moura lançam com 11 grandes nomes da música do Ceará e um convidado
especial, o paulista Zé Luiz Mazzioti, todos interpretando canções da dupla,
convidam o ouvinte a um mergulho em um multifacetado painel sonoro e visual,
poético e imagético.
A partir da capa e do projeto
gráfico criados pelo designer, compositor e músico Caio Castelo, "Futuro e
Memória", sobre imagens produzidas por Luiz Alves, um dos mais talentosos
nomes da nova cena da fotografia no Ceará, retratando o Edifício São Pedro, na
Praia de Iracema, em Fortaleza, o disco chama atenção e propõe um olhar
diferenciado, um "estado de poesia", como diria outro poeta, como
passagem para uma viagem por 12 canções de diferentes gêneros - balada, jazz,
bossa, rock, baião, maracatu, afoxé... Muita diversidade, mas também muito em
comum, na tessitura cuidadosa de harmonias, melodias, letras, arranjos,
interpretações, como fio condutor do álbum.
Pelas lentes de Luiz Alves, as
letras das canções são dispostas, no disco, em cartões com as fotos de
detalhes, vestígios e verdadeiros poemas visuais do São Pedro, o primeiro
edifício da orla de Fortaleza, hoje uma embarcação de linhas diferentes a
capturar o olhar, condensar o tempo, instigar como memória e perguntar sobre um
incerto futuro.
O álbum é o terceiro disco da
carreira de Rogério Franco, cantor e compositor cearense que se destacou a
partir dos anos 90, foi premiado em diversos festivais no Ceará, em Minas
Gerais, São Paulo, Paraíba e Paraná, e teve canções gravadas por nomes como seu
irmão Rodger Rogério e a cantora Myrlla Muniz. É parceiro de grandes nomes da
música do Ceará e do Brasil, como Paulinho Pedra Azul, Davi Duarte, Marcílio
Homem e muitos outros. Rogério Franco é também produtor e diretor musical,
trabalhando em discos de diversos cantores e compositores de Fortaleza.
Parceiro de nomes como o capixaba
Roberto Menescal, o maranhense César Nascimento e os cearenses Luciano Franco,
Tarcísio Sardinha, Paulo Façanha, Davi Duarte, Rodger Rogério, Isaac Cândido,
Adelson Viana, Luizinho Duarte, Marcio Resende, Pingo de Fortaleza, Cristiano
Pinho e Kátia Freitas, Dalwton Moura teve também canções gravadas por
intérpretes como Junior Meireles, Luciana Alves, Bia Góes, Edson Montenegro,
Aparecida Silvino, Idilva Germano, Fhátima Santos, Lia Veras, Aline Costa, Lupe
Duailibe, Joana Angélica, Fernando Rosa, entre outros. É também jornalista,
crítico musical e produtor cultural, com destaque para sua atuação em projetos
de jazz e música instrumental e iniciativas de divulgação e afirmação da música
do Ceará.
29/3: o show no Teatro Dragão do
Mar
O show de lançamento do disco,
quinta-feira, 29/3, às 20h, no Teatro do Centro Dragão do Mar, reunirá a
maioria dos intérpretes presentes no disco, além de convidados especiais. Na
banda-base, além de Rogério Franco e Dalwton Moura no violão e na guitarra,
estarão grandes nomes da música do Ceará, como Luciano Franco (guitarra
semiacústica e contrabaixo), Fernando Abreu (flauta) e Igor Ribeiro
(percussão). As 12 faixas serão apresentadas no show de lançamento, contando
também com convidados especiais.
// Dia 29 de março de 2018, às
20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 30,00 (inteira, com direito ao CD e
a 14 cartões com fotos de Luiz Alves e as letras das canções) e R$ 15,00
(meia).
► [TEATRO INFANTIL] Espetáculo
“Senhorita Marshmallow”
Cia Teatro Mosca
Senhorita Marshmallow é a
proprietária de uma grande rede de fast-food, que se encontra à beira da
falência diante da chegada de uma grande e popular cozinheira na cidade. Para
resolver esta situação, Marshmallow planeja uma sabotagem junto ao seu
confidente Espelho Mágico sequestrado da Madrasta da Branca de Neve. O que ela
não esperava era o que Espelho, fingindo lhe ajudar, já planejava a própria
fuga tudo junto do funcionário escravizado do palácio.
// Dias 31 de março e 1º de abril
de 2018, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$
10,00 (meia). Classificação etária: Livre.
► [PROGRAMAÇÃO DO CICLO
"BÁRBARAS: MULHERES DO CEARÁ"]
[TEATRO] Espetáculo “Aquelas –
Uma dieta para caber no mundo”
Coletivo Manada
É uma construção colaborativa,
numa criação delicada e cruel, que grita as urgências do “ser mulher” na
sociedade em que vivemos. O espetáculo faz reviver Maria de Bil, santa popular
de Várzea Alegre, município do Cariri cearense, assassinada no ano de 1926 pelo
seu companheiro.
“AQUELAS – Uma dieta para caber
no mundo” rompe as barreiras geográficas, ganhando caráter universal, nos
fazendo ruminar as relações sociais e culturais de gênero. Partindo da
pessoalidade das intérpretes Monique Cardoso e Juliana Veras, e com uma
encenação brutalmente delicada de Murillo Ramos, AQUELAS instaura uma narrativa
cínica e cúmplice com a plateia, através de imagens, objetos e músicas,
transformados em um jogo cruel. Uma dieta diária para caber no mundo.
// Dias 30 e 31 de março e dia 1º
de abril de 2018, às 19h, no Teatro Dragão do Mar. Acesso gratuito, com
retirada de ingressos 2h antes, na bilheteria. Classificação etária: 14 anos.
//// TODA SEMANA NO DRAGÃO DO MAR
Feira Dragão Arte
Feira de artesanato fruto da
parceria com Sebrae-CE e Siara-CE.
Sempre de sexta a domingo, das
17h às 22h, ao lado do Espelho D'Água. Acesso gratuito.
Planeta Hip Hop
Crews de breaking e outras danças
do hip hop promovem encontro de dançarinos do gênero com DJ tocando ao vivo.
Todos os sábados, às 19h, na
Arena Dragão do Mar. Acesso gratuito.
Brincando e Pintando no Dragão do
Mar
Sob a orientação de monitores,
uma série de jogos, pinturas, brincadeiras e outras atividades são oferecidas
às crianças.
Todos os domingos, das 16h às
19h, na Praça Verde. Acesso gratuito.
//// PLANETÁRIO RUBENS DE AZEVEDO
O Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura informa que o Planetário Rubens de Azevedo passa por modernização
tecnológica. Está, portanto, temporariamente fechado para atendimento ao
público amplo. Informações: 3488.8639 ou www.dragaodomar.org.br/planetario
//// VISITE NOSSAS EXPOSIÇÕES
MUSEU DA CULTURA CEARENSE
► Exposição “Luciano Carneiro: O
Olho e o Mundo”
Parceria entre o Instituto Dragão
do Mar (IDM) e o Instituto Moreira Salles (IMS) traz a Fortaleza exposição
inédita sobre o cearense Luciano Carneiro, fotojornalista com uma das mais
expressivas produções do Brasil. Intitulada “Luciano Carneiro: O Olho e o
Mundo”, a mostra está em cartaz até dia 13 de maio de 2018, no Museu da Cultura
Cearense, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. São cerca de 300
fotografias registradas entre o fim da década de 1940 e ao longo da década de
1950, período em que o fotojornalista atuou na revista O Cruzeiro. Sob
curadoria de Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS, a mostra pretende
difundir a visão de um talento ainda pouco conhecido na história da fotografia
brasileira e permite um denso recorte do início do moderno fotojornalismo no
país.
Luciano Carneiro foi um dos
jornalistas mais atuantes de seu tempo. Em uma curta carreira, interrompida por
sua morte aos 33 anos em um acidente aéreo, logo se destacou entre os
principais nomes de O Cruzeiro. Trabalhou na revista entre 1948 e 1959,
inicialmente como repórter e, no ano seguinte, escrevendo e fotografando. Nesse
período, a publicação fez uma consistente inflexão em direção a um
fotojornalismo mais humanista e engajado. Essa mudança foi concretizada por
fotógrafos como José Medeiros, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto, Henri Ballot,
Eugênio Silva e o próprio Carneiro, que passaram a integrar a equipe da
revista, trazendo para as fotorreportagens maior ênfase na objetividade e no
caráter documental e jornalístico.
Graças à enorme estrutura dos
Diários Associados, grupo do qual a revista fazia parte, fundado por Assis
Chateaubrinand, Carneiro pôde fazer séries de reportagens em quatro
continentes, incluindo a cobertura da Guerra da Coreia, em 1951, sendo um dos
únicos repórteres sul-americanos a cobrir o conflito. Com seu espírito
aventureiro e com um brevê de paraquedista que possuía, saltou, ao lado do
exército americano, sobre as linhas inimigas durante a guerra.
Carneiro documentou, em 1955, o
trabalho humanista do dr. Albert Schweitzer na África – premiado três anos
antes com o Nobel da Paz. Acompanhou a entrada de Fidel Castro e seus
companheiros vitoriosos em Havana, em janeiro de 1959, e realizou ainda
reportagens no Japão, na Rússia e no Egito de Gamal Abdel Nasser, presidente
daquele país de 1954 até 1970.
No Brasil, realizou matérias
sobre jangadeiros, posseiros, a seca no Nordeste, a herança do cangaço, as
lutas estudantis e ainda diversas matérias reunidas na seção “Do arquivo de um
correspondente estrangeiro” na revista O Cruzeiro, da qual era titular e onde
expressava livremente suas opiniões. Ali, revelava influências da fotografia
humanista do pós-guerra praticada por fotógrafos como Henri Cartier-Bresson,
Robert Capa, Robert Doisneau e W. Eugene Smith. Era um contraponto à coluna de
duas páginas de David Nasser, expoente de uma escola de jornalismo de viés
sensacionalista, a qual Carneiro se opunha frontalmente.
Ao lado de Rachel de Queiroz,
Luiz Carlos Barreto e Indalécio Wanderley, foi parte do elenco de jornalistas,
fotógrafos e intelectuais cearenses que ajudaram a construir este grande
veículo de comunicação de abrangência nacional e internacional que foi a
revista O Cruzeiro. O Instituto Moreira Salles vem ao longo dos últimos anos
dedicando-se à pesquisa sobre o fotojornalismo no Brasil, principalmente a
partir da produção dos fotógrafos que atuaram na revista.
Apesar de sua evidente
relevância, a produção fotográfica de Luciano Carneiro não foi ainda
devidamente referenciada e pesquisada. Esta exposição é o primeiro passo mais
abrangente nesta direção, com o objetivo de resgatar este importante legado,
situando devidamente e definitivamente a obra de Luciano Carneiro no âmbito da
fotografia e das artes visuais no Brasil. O conjunto de imagens apresentado
corresponde integralmente à coleção de originais cedida ao IMS por sua família,
em que se destacam as reportagens que realizou no exterior como correspondente
da revista.
Além das fotografias originais,
serão exibidos materiais de época, como revistas e fac-símiles de matérias.
Outros destaques são: um vídeo sobre a importância da revista O Cruzeiro do
ponto de vista de fotógrafos, com depoimentos de Luiz Carlos Barreto e Flávio
Damm, que trabalharam na revista, e Walter Firmo e Evandro Teixeira, que nela
encontraram a mais forte inspiração no início da carreira; e um
minidocumentário produzido para a montagem original da exposição sobre Luciano
Carneiro, com entrevistas de Ziraldo e Luciano Carneiro Filho, entre outros.
Sobre o fotógrafo
José Luciano Mota Carneiro
(Fortaleza, 1926-Rio de Janeiro, 1959), filho de Antônio Magalhães Carneiro e
Maria Carmélia Mota Carneiro, nasceu no dia 9 de outubro. Iniciou sua carreira
como jornalista nos jornais Correio do Ceará e O Unitário, periódicos
integrantes dos Diários Associados. Começou a fotografar nesse mesmo período e,
em 1948, passou a integrar a equipe da revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro,
como repórter. Suas fotos passariam a ilustrar as reportagens um ano depois.
Luciano Carneiro morreu
tragicamente, no dia 22 de dezembro de 1959, em um acidente de avião próximo à
cidade do Rio de Janeiro, quando retornava de um trabalho singelo em Brasília:
fotografar o primeiro baile de debutantes da nova capital, então às vésperas da
inauguração.
Dos destroços do avião, foram
resgatadas suas máquinas fotográficas e os filmes com as fotos. A revista o
homenageou publicando o que seria sua última matéria, no dia 16 de janeiro de
1960, sem título nem textos, apenas imagens – em uma delas, aparece o próprio
fotógrafo refletido em um espelho. Antecedendo as imagens do acidente, na
edição de 9 de janeiro, que anunciava o falecimento, foram publicadas duas
páginas escritas por David Nasser lamentando a perda do colega. No texto,
Nasser ressalta as diferenças entre o jornalismo praticado por ambos e, ao mesmo
tempo, reconhece e enaltece sua objetividade e seu humanismo. Na edição de 16
de janeiro, foi Rachel de Queiroz quem publicou sua homenagem.
// Em cartaz até 13 de maio de
2018, no Museu da Cultura Cearense. Visitação: de terça a sexta-feira, das 9h
às 19h (com acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados, das 14h
às 21h (com acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
► Exposição "Vaqueiros"
Exposição lúdica, de caráter
didático, percorre o universo do vaqueiro a partir da ocupação do território
cearense pela pecuária até a atualidade. Utiliza cenografia, imagens e objetos
ligados ao cotidiano do vaqueiro.
// Exposição de longa duração, no
Piso Inferior do Museu da Cultura Cearense. Visitação de terça a domingo, das
9h às 19h (acesso até as 18h30) e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às
21h (acesso até as 20h30). Acesso gratuito. Classificação etária: Livre.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO
CEARÁ
► Exposição /Simultâneos/
A exposição /Simultâneos/ é um
bloco composto por cinco pequenas mostras. O maranhense Thiago Martins de Melo
apresenta um conjunto poético que convida o público a discutir o colonialismo
por meio da metanarrativa. Com o filme de animação "Barbara
Balaclava" (2016), o artista apresenta a trajetória de uma mártir anônima
desde a desapropriação e massacre de sua aldeia e sua morte sob tortura
policial até sua experiência como "encantada" encontrando a si mesma
em encarnação anterior e culminando em seu batismo no coração de Pindorama.
Bárbara balaclava é uma narrativa anarco-xamanista de transcendência da luta
anticolonialista.
/Simultâneos/ traz ainda
"Montar uma Ruína", de Lis Paim. A artista visual baiana radicada em
Fortaleza exibe, pela primeira vez, seu arquivo audiovisual constituído a
partir da edificação em ruína do Alagoas Iate Clube – o Alagoinha, um antigo
clube modernista localizado dentro do mar da orla de Ponta Verde, na cidade de
Maceió (AL). Alvo de peculiares ocupações transitórias e de ameaças constantes
de desaparecimento desde o momento da sua desapropriação e abandono pelos
vários governos em Alagoas, a imagem do Alagoinha na paisagem urbana é a de um
apêndice; uma aresta consentida e mal aparada de Maceió: um lugar de limbo.
Em outra sala, o MAC-CE apresenta
fragmentos de álbuns de família da cidade de Várzea Alegre/CE, a partir de um
conjunto de imagens produzidas pelo "Studio Saraiva" e pela artista
"Telma Saraiva", que evidencia a sofisticação de pensar, executar e
reinventar a fotografia na metade do século passado no Cariri cearense
(Crato/CE), ao inovar, à época, com o uso da fotopintura, detalhamento de
fotografias a partir de pintura com tintas, o que a projetou nacionalmente.
Na Sala Experimental, a curadora
Carolina Vieira elege algumas obras do Acervo MAC e da Pinacoteca do Estado do
Ceará, e aproxima de um recorte de artistas, homens e mulheres que apresentam,
de alguma maneira, a energia feminina ao exibir imagens que remetem às noções
de trama, memória, conexão e rede de apoio, muito comum ao universo da mulher.
O trabalho manual aparece em obras que envolve tapeçaria, desenhos, instalação
e pinturas. Como recepção do visitante esta sala apresenta duas obras bastante
significativas, uma imagem de nossa senhora do Euzébio Sloccowick e uma gravura
de Nossa Senhora dos Escribas do Francisco de Almeida. Elas são o ponto de
partida para pensar organização das demais obras da sala.
Além das quatro mini-mostras que
permeiam, de alguma forma, o universo feminino, /Simultâneos/ apresenta ainda a
instalação "Você Gostaria de participar de uma experiência artística?
Circulação & repouso", de Ricardo Basbaum, que convida o público à
participação. O artista paulista propõe o envolvimento do outro como
participante em um conjunto de protocolos indicativos dos efeitos, condições e
possibilidades da arte contemporânea. O projeto se inicia com o oferecimento de
um objeto de aço pintado (125 x 80 x 18 cm ) para ser levado para casa pelo participante
(indivíduo, grupo ou coletivo), que terá um certo período de tempo (em torno de
um mês) para realizar com ele uma experiência artística.
// Em cartaz até 13 de maio de
2018, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Visitação de terça a sexta-feira,
das 9h às 19h (com acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados,
das 14h às 21h (com acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
MULTIGALERIA
► Exposição "Mulher
Vírgula!"
Com curadoria de Cecília Bedê, a
mostra coletiva que se propõe como espaço de debate para além da temática do
feminino, rebatendo esteriótipos e quebrando padrões. Dezenove artistas que
materializam em diversas linguagens artísticas embates frontais a partir de
suas presenças na arte, no trabalho, na política, na maternidade, na rua, no
corpo e na cultura. Integram o coletivo Aline Albuquerque (instalação), Clara
Capelo (fotografia), Fernanda Meireles (instalação com lambes), Aspásia
Mariana, Beatriz Gurgel, Dhiovana Barroso, Elisa de Azevedo, Emi Teixeira,
Marissa Moana, Micinete, Renata Cidrack, Shéryda Lopes, Flávia Memória
(instalação), Ingra Rabelo (desenho/intervenção), Julia Debasse (pintura), Lia
de Paula (fotografia), Marina de Botas (desenho), Simone Barreto (desenho) e
Virgínia Pinho (vídeo).
// Em cartaz até dia 8 de abril
de 2018, na Multigaleria. Visitação: de terça a domingo, das 14h às 21h (com
acesso até 20h30). Acesso gratuito.
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