Coberturas – Artes – Lançamentos – Frontstage – Backstage – Tecnologia – Coluna Social – Eventos – Happy Hour – Coquetel – Coffee Break – Palestras – Briefing – Desfiles – Moda – Feiras – Chás – Fotos – Exposições – Assessoria de Imprensa e Comunicação Nacional

terça-feira, 31 de março de 2015

Dança] BELLE, o mais recente espetáculo da CIA DE DANÇA DEBORAH COLKER, será apresentado em Fortaleza (CE)



A obra é livremente inspirada no romance Belle de Jour, lançado em 1928 pelo escritor franco-argentino Joseph Kessel e transformado em um clássico do cinema surrealista quase quatro décadas depois, em 1967, por um de seus maiores mestres, o mexicano Luis Buñuel (1900-1983).
A história de Séverine, a burguesa bem-casada que, para suprir o profundo vazio existencial que a consome, se vê inapelavelmente compelida a transgredir as fronteiras de seu mundo de conto-de-fadas e ir passar as tardes em um randevu, onde atende pelo codinome Belle, seduziu Deborah Colker em 2011, pouco depois da estreia de Tatyana, também inspirado em uma obra literária.
A temática de Belle, no entanto, está mais associada a outros espetáculos da companhia: Nó, de 2005, e Cruel, de 2008, discorrem, ambos e de diferentes maneiras, sobre o que há de mais atávico nas pulsões humanas: o erotismo.
Com uma diferença fundamental: Belle traz à tona, também e principalmente, o outro lado desta mesma moeda. Coloca em evidência o embate entre carne e espírito, amor e desejo, razão e instinto, real e imaginário – conflitos íntimos que assombram e atormentam todo e qualquer ser humano civilizado. E, para Deborah, o que faz da protagonista da obra de Kessel uma personagem singular e fascinante é o fato de ela atender ao chamado implacável do instinto, ao mesmo tempo em que não abre mão do casamento e do charme discreto do dia-a-dia burguês, que preza com sinceridade, revelando uma capacidade incomum de dividir-se, com suprema diligência, entre as duas servidões.
– O livro de Kessel foi meu timoneiro, define Deborah Colker. Mas o meu desafio era traduzir em movimentos a dicotomia brutal e tão profundamente humana que move a história desta mulher. E, pela própria natureza da linguagem coreográfica, meu espetáculo traduz uma leitura muito mais poética do que propriamente narrativa da trama. A grande assinatura da minha adaptação de Belle de Jour foi materializar no palco o duplo de Séverine. Tanto no romance original quanto
no filme de Buñuel, Séverine e Belle são a mesma pessoa. E, como na dança tudo é transmitido através do corpo, para mim, foi necessário encarnar este duplo em duas bailarinas que fossem o oposto perfeito uma da outra. Uma é alta, controlada, fria, sistemática. A outra é baixa, vulcânica, intensa, animal.
A esta opção soma-se outra que revive um dos ícones do balé clássico: as sapatilhas de ponta, usadas pelas bailarinas no início do espetáculo.
– É um recurso do qual eu me aproprio com muito prazer. Quando Isadora Duncan tirou as sapatilhas no início do século XX foi uma grande ruptura. Mas a roda continua girando. Pina Bausch voltou às pontas e ao balé narrativo. A atitude contemporânea, para mim, está na saudável desobediência a fórmulas prontas, defende Deborah.
Sobre uma trilha sonora que vai do gênio de Miles Davis a Lou Reed, passando pela música eletrônica, Belle se estrutura em dois movimentos. No primeiro, a ação se concentra na casa de Séverine e culmina em sua descoberta clandestina do randevu. No segundo, integralmente passado no habitat de Belle, seu duplo, o elenco feminino troca as sapatilhas por sapatos de salto alto, mas há poucas mudanças de cenário. Uma opção que reforça a leitura pessoal e intransferível do romance pela coreógrafa.
– Belle, o espetáculo que construí, deixa no ar, em aberto, uma questão, e delega ao espectador a escolha: afinal, esta é uma história que realmente se realiza ou que se passa apenas dentro da cabeça de Séverine?, provoca.

Criação e Direção DEBORAH COLKER
Diretor Executivo JOÃO ELIAS
Direção de Arte e Cenografia GRINGO CARDIA
Direção Musical BERNA CEPPAS
Desenho de Luz: JORGINHO DE CARVALHO
Figurinos: SAMUEL CIRNANSCK
Dramaturgia: DEBORAH COLKER, JOÃO ELIAS

Serviço:
Data: 2 e 3 de Abril
Local:  TEATRO RIOMAR (Rua Lauro Nogueira, 1500 loja 3001 – L3)
Ingressos à venda: Bilheteria do teatro
Segunda-feira – FECHADA
De Terça à Sábado de 12h às 21h
Domingos e Feriados* – 14h às 20h
Domingos e Feriados que houver evento, a bilheteria abre de 12h até o início do evento.




Nenhum comentário: