Foto: Celso Oliveira
Cinema na rua, cinema de rua,
cinema de praça: templo da imagem. Lugar que tem muita história para contar e
outras tantas para viver. Reaberto em maio de 2015 pelo Governo do Estado do
Ceará, o Cineteatro São Luiz se tornou capaz de abrigar espetáculos de todas as
linguagens e chega aos 60 anos, em março de 2018, sendo uma travessia temporal
cravado no coração da cidade de Fortaleza, em plena Praça do Ferreira - local
multifacetado, efervescente, plural e imprevisível, que revela muito do que
somos como povo. Para celebrar a data, uma programação especial ocorrerá
durante todo ano, sendo aberta oficialmente no dia 02 de março.
Espaço de grande valor simbólico,
patrimonial e afetivo para a população cearense, o equipamento da Secretaria da
Cultura do Estado do Ceará (Secult) trabalha com a democratização do acesso,
fruição cultural, formação de públicos, valorização e divulgação da produção
artística local, intercâmbios artísticos e promoção de políticas inclusivas,
educativas, patrimoniais e sociais. Essas são apenas algumas das múltiplas
possibilidades que o equipamento assumiu no sentido de dar “concretude” a uma
política de cultura.
A casa possui 1.050 lugares (o equivalente a 7
ônibus sanfonados ou a 2 aviões boeing 747), e recebe de terça a sábado um
público completamente diverso, de crianças à idosos, de moradores de rua à
artistas internacionais. “Nossa programação é para os que gostam de consumir
cultura, mas também para aqueles que não sabem que gostam, como já nos
inspirava Gilberto Gil. Para os que já frequentam os equipamentos culturais,
mas também para aqueles que não sabiam que podiam usufruir desse direito. Para
os que tinham-se esquecido de como era bom... Para todas idades, bairros, gêneros,
classes sociais e crenças”, afirma Rachel Gadelha, Diretora do Cineteatro.
São Luiz 60 anos - Destaques da
programação
45 exibições de clássicos que
marcaram a história do cinema, espetáculos com nomes importantes do teatro
local e internacional, show com o músico Ivan Lins, programação especial que
passa por várias linguagens, homenageia o cinema e marca o “Dia Nacional do
Circo” e o “Dia Mundial do Teatro” são algumas das atrações para o mês de
aniversário do equipamento. Programações especiais alusivas a data também
ocorrerão ao longo do ano.
Abertura da programação
Nesta sexta-feira (02 de março),
às 19h, o Cineteatro São Luiz dá início a programação alusiva ao seu
aniversário de 60 anos. O evento traz a aula-espetáculo “Luiz, Câmera, Ação”,
com o ator, diretor e dramaturgo Ricardo Guilherme. No palco, seis décadas de
história do São Luiz, suas memórias e aspectos históricos que permearam a vida
social de Fortaleza. O espetáculo é seguido pela apresentação “StepUP” do grupo
musical espanhol aupaQUARTET. A programação tem entrada gratuita.
Clássicos do Cinema
45 exibições de clássicos do
cinema entram em cartaz apenas no mês de março. Entre as obras escolhidas
estão: “Gilda”, “Cidadão Kane”, “...E o Vento Levou”, “Ghost – do Outro Lado da
Vida”, “O Rei Leão”, “Tubarão”, “Apocalypse Now”, “Avatar”, “Titanic”, “A
Noviça Rebelde”, “Amadeus”, “Rocky, um Lutador”, “Toy Story - um Mundo de
Aventuras”, “Edward Mãos de Tesoura”, “Superman”, “De Volta para o Futuro”,
“Forrest Gump”, “Assim Caminha a Humanidade”, “Pinóquio”, “Gandhi”, “Sete
Homens e um Destino”, “O Expresso da meia-noite”, “Mágico de Oz”, entre outros
títulos.
No dia 04/03 (domingo), às 16h30,
antes da exibição do clássico “Gilda”, o jornalista e comentarista da sétima
arte “José Augusto Lopes” comemora seus 50 anos de carreira. A data com a
exibição do clássico que eternizou a personagem vivida por Rita Hayworth não é
por acaso. O filme, para José Augusto Lopes, consagra Hayworth como um
personagem que marcou a sensibilidade e a memória de toda uma geração de
cinéfilos. O evento celebra a carreira do jornalista, mas é também uma
homenagem do Cineteatro São Luiz ao público que frequentou sua programação ao
longo de sua história.
Teatro
Nos dias 11 e 12 de março, às
18h, o Cineteatro em parceria com o projeto “Giro das Artes” recebe a peça
teatral “Hamlet”, trabalho do diretor suíço Boris Nikitinm, um dos principais
nomes do teatro contemporâneo. Neste espetáculo se utiliza da obra
shakespeariana como mote para uma reflexão sobre identidade, individualidade,
ilusão e realidade. Em um misto de performance de documentário experimental e
teatro-musical queer, o intérprete e eletro-músico Julian Meding assume o papel
de um Hamlet contemporâneo que se rebela contra a realidade. No dia 12, às 14h, o diretor fará uma
demonstração técnica e um bate-papo sobre seu trabalho com artistas convidados.
Música
O músico Ivan Lins apresenta show
com grandes sucessos em roupagem intimista. O evento com o músico e compositor
conhecido pelas inúmeras gravações de sua obra mundo afora, pelas diferenciadas
harmonias e pelos arranjos refinados e populares, integra a programação de aniversário
de 60 anos do São Luiz. Os ingressos para o espetáculo que ocorre no dia 25 de
março (domingo), às 18h, já podem ser adquiridos na bilheteria do Cineteatro e
no site da Tudus (http://www.tudus.com.br/evento/cineteatro-sao-luiz-ivan-lins)
com preços populares, sendo: R$ 20,00 (meia) e R$ 40,00 (inteira).
Neste sábado (03/03), às 19h,
Pingo de Fortaleza (violão), Tony Maranhão (teclado e violão), Ricardo Pinheiro
(percussão) e mais de 20 convidadas apresentam “Solo Feminino”. A entrada é 1kg
de alimento não perecível para o Instituto Cristo Rei.
Idealizado e coordenado pelo
cantor e compositor Pingo de Fortaleza, o projeto reúne uma coleção de cds
composta por três volumes e um livro intitulado “Pérolas - O Feminino no
Cancioneiro Cearense, 1900-2017, Histórias e Relatos de Vida”. O lançamento da
coleção de cds e do livro será realizado através de um show com a participação
de mais de uma dezena de cantoras e grupos que participam do projeto, tais
como: Ayla Maria, Téti, Izaíra Silvino, Mona Gadelha, Goretti, Mel Mattos,
Lorena Nunes, Lígia Maria, Nayra Costa, Auri D'yruá, Aparecida Silvino, Juliana
Roza e os grupos Cinco em Ponto (Adelane Delmondes, Annalies Borges, Celiane
Teixeira, Marielly Morais e Simone Sousa) e Coletivo Nós VOZ Elas (Jord Guedes,
Eliahne Brasileiro, Janaina de Paula, Luiza Nobel, Amanda Nunes, Lenina Silva e
Marina Cavalcante).
O aniversário
No dia 26 de março
(segunda-feira), o Cineteatro São Luiz comemora oficialmente seu sexagenário
com programação gratuita. Para tanto, às 12h30, o projeto Curta São Luiz
realiza edição especial com o pianista Felipe Adjafre, que tem contribuído para
desmistificar o piano como instrumento exclusivo da música erudita ou para um
público restrito. O evento ocorre no Hall de entrada do equipamento (Foyer).
Às 16h será exibido o filme
“Lumière! A Aventura Começa”, um documentário de Thierry Frémaux de 2016 que conta
a jornada pelo universo dos fundadores do cinema, os irmãos Louis e Auguste
Lumière. Imagens históricas e um olhar único da França e do mundo da Era
Moderna através de 114 breves filmes dos irmãos franceses restaurados em 4K e
montados para celebrar o legado da dupla.
Encerrando a programação do dia
26, às 18h30, a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará (Osuece)
apresenta Clássicos do Cinema, um concerto de temas de filmes. No repertório,
temas consagrados como “Indiana Jones”, “E.T. - O Extraterrestre”, “A Missão” e
a saga de “Guerra nas Estrelas”, incluindo os temas da Princesa Leia, Mestre
Yoda e Darth Vader.
A programação se estende para o
dia 27 de março (terça-feira), também com entrada gratuita para todas as
atividades, e dando destaque para as linguagens “teatro” e “circo”. Afinal, dia
27 é o Dia Nacional do Circo e Dia Mundial do Teatro.
Às 9h e às 14h30 será realizada a
apresentação “Criaturas de papel”, do Grupo “Bricoleiros - Teatro de Bonecos”
inaugurando a nova faixa de programação do equipamento: “Escola no Teatro”. Às
12h30 o projeto Curta São Luiz traz “Hoje tem espetáculo? Tem sim, Senhor!!!”,
com o Palhaço Pimenta, acrobatas, malabaristas, monociclistas e magia.
A linguagem da dança também é
representada com a Cia. Dita e o espetáculo “Mulata”, às 18h, no Hall de
entrada do Cineteatro (Foyer). O trabalho, construído em 2014, marca o ano de
comemorações dos 50 anos da bailarina cearense Wilemara Barros e ganha
narrativa com corpo e voz da artista que esmiúça sua trajetória de 44 anos de
dança. Mulata é sobre a delicadeza das percepções menos visíveis.
História
Erguido no local onde funcionara
o Cine Polytheama, o São Luiz teve suas obras iniciadas em 1938, quando da
demolição do cinema anterior. A inauguração, porém, só seria realizada 20 anos
depois, em 1958. O prédio em obras na Praça do Ferreira alimentava a ansiedade
pelo início das atividades do São Luiz, a grande obra de Luiz Severiano
Ribeiro, idealizador e construtor. O São Luiz já chamava atenção como um dos mais
luxuosos cinemas do Brasil, com um hall de entrada em mármore, três lustres de
cristal checos, escadarias, carpetes e pinturas imponentes. Durante décadas, o
São Luiz foi um dos principais espaços de entretenimento, de cultura e de lazer
de Fortaleza, abrigando, ao longo de sua história, gerações distintas que
frequentavam suas exibições cinematográficas com grande presença.
Em 1991 o Cine São Luiz foi
tombado como patrimônio histórico e cultural pelo Governo do Estado do Ceará.
Em outubro de 2007, o São Luiz foi arrendado à Federação do Comércio do Estado
do Ceará, passando a funcionar como Cine São Luiz - Centro Cultural Sesc Luiz
Severiano Ribeiro. Em 2011, o prédio do Cine São Luiz foi adquirido pelo
Governo do Estado do Ceará, passando por restauração e modernização de seus
equipamentos, sendo reinaugurado em 2014 e definitivamente reaberto em 2015,
voltando à cena cultural como um Cineteatro popular, acessível e de valorização
da produção artística e cultural cearense e do Brasil.
Público total do Cineteatro São
Luiz
Desde a sua reabertura diária
pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, o Cineteatro São Luiz alcançou a
marca de 445 mil espectadores em todas as linguagens. 260 mil espectadores
apenas na linguagem cinema (nesse período foram lançados, exibidos e reexibidos
centenas de filmes de curta, média e longa duração de mais de 40 países, com os
filmes brasileiros ocupando 43% da grade da programação, com destaque para as
obras cearenses).
No último ano (2017), o
equipamento recebeu 184.377 espectadores em todas as linguagens. 108.544 na
linguagem cinema, sendo 231 espectadores a média de público por sessão -
público 11,5 vezes maior do que a média nacional segunda dados da Agência
Nacional do Cinema (Ancine).
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