Xiu Xiu
Principal festival de música
exploratória da América do Sul traz pela primeira vez ao Brasil a banda de art
rock americana Xiu Xiu, o experimentalista libanês Rabih Beaini, a
americana-boliviana Elysia Crampton, figura à frente de uma nova estética queer
nas pistas de dança e membros de dois dos mais importantes coletivos da música
eletrônica contemporânea: Mexican Jihad e Fausto Bahía representando o NAAFI, e
Toxe e Mechatok representando o Staycore; estreiam na programação um showcase
com 13 artistas europeus membros da plataforma SHAPE e uma rodada de negócios
São Paulo, outubro de 2016 - A 6ª
edição do Festival Novas Frequências, principal evento internacional de música
experimental e explorações sonoras da América do Sul, acontece entre os dias 3
e 8 de dezembro, no Rio de Janeiro. A programação acontece em diversos locais
da cidade e reúne 44 atrações de 13 países diferentes em atividades que incluem
shows, performances resultantes de residências artísticas, festa, discussões,
instalações, caminhadas sonoras e, pela primeira vez, uma rodada de negócios e
uma ocupação de 16 horas de duração.
Continuando no formato de
ocupação da cidade, o Novas Frequências distribui seus eventos este ano em
cinco espaços da cidade, ocupando diversos bairros nas Zona Sul, Norte e Centro
do Rio: Oi Futuro Ipanema, Galpão Gamboa, Leão Etíope do Méier (Praça Agripino
Grieco), Audio Rebel e Fosfobox.
Fruto da parceria entre os
produtores culturais Chico Dub e Tathiana Lopes, o Novas Frequências surgiu em
2011 sempre à procura de artistas que rompem com fronteiras préestabelecidas
em busca de novas linguagens sonoras. Considerado o Melhor Festival do Rio de
acordo com o Prêmio Noite Rio 2013, o evento só realiza apresentações inéditas
no país. No caso dos artistas nacionais, a curadoria prima por apresentações
que nunca ocorreram antes no Rio – seja trazendo artistas de outros estados que
ainda não tocaram na cidade ou propondo performances comissionadas de artistas
residentes.
A grande novidade em 2016 vem a
ser uma parceria com o SHAPE, uma plataforma voltada para música, a arte sonora
e a performance audiovisual fundada por festivais e centros culturais da Europa
membros da rede colaborativa ICAS junto com o programa da União Europeia
Creative Europe. Sigla para “Sound, Heterogeneous Art and Performance from
Europe”, o SHAPE é formado por 16 associações europeias provenientes de 16
cidades diferentes. Ele consiste em uma plataforma de 3 anos (2015-2017) que
visa apoiar, promover e criar intercâmbios entre músicos emergentes e
inovadores e artistas interdisciplinares com um interesses em diferentes áreas
do som e da performance.
A cada ano, os 16 festivais e
associações envolvidas escolhem coletivamente 48 artistas extremamente
criativos a participarem de um mix de performances ao vivo, residências,
oficinas e apresentações ao redor do mundo, em festivais e eventos especiais.
Os 16 membros do SHAPE e suas respectivas cidades são: CTM (Berlim, Alemanha),
Schiev (Bruxelas, Bélgica), Rokolectiv (Bucareste, Romênia), UH Fest
(Budapeste, Hungria), Unsound (Cracóvia, Polônia), Cynetart (Dresden,
Alemanha), musikprotokoll im steirischen herbst (Graz, Áustria), TodaysArt
(Haia, Holanda), MoTA – Museum of Transitory Art (Liubliana, Eslovênia), RIAM
(Marselha, França), Biennale Némo (Paris, França), MeetFactory (Praga,
República Checa), Maintenant (Rennes, França), Skaņu Mežs (Riga, Letônia), Les
Siestes Électroniques (Toulouse, França) e Insomnia (Tromsø, Noruega).
Em dezembro de 2016, o encontro
anual do SHAPE, na forma de um showcase, acontecerá durante o Festival Novas
Frequências. Um total de 13 artistas, selecionados por 12 dos 16 festivais que
compõe a plataforma, irão participar do Novas Frequências. Além disso, os
curadores e diretores artísticos destes festivais europeus também virão ao Rio
em busca de intercâmbios, cooperações e novas parcerias com os artistas da
cidade e do país.
A lista de artistas participantes
do SHAPE dentro da 6ª edição do Novas Frequências é:
Andreas Trobollowitsch (AT) – indicado pelo
musikprotokoll im steirischen herbst
Black Zone Myth Chant (FR) – indicado pelo
Maintenant
Céh (HU) – indicado pelo UH Fest
Gil Delindro (PT) – indicado pelo
Cynetart
J. G. Biberkopf (LT) – indicado
pelo MeetFactory
Julien Desprez (FR) – indicado
pelo Biennale Némo
Mike Rijnierse (NL) – indicado
pelo TodaysArt
Mr. Mitch (UK) – indicado pelo
Les Siestes Électroniques
Sis_Mic (FR) – indicado pelo RIAM
Stephen Grew (UK) – indicado pelo
Skaņu Mežs
Stine Janvin Motland (NO) –
indicado pelo Insomnia
Toxe (SE) – indicado pelo CTM
Új Bála (HU) – indicado pelo UH
Fest
O Festival Novas Frequências
nunca teve tantos guitarristas em seu line-up como na edição de 2016. Ainda que
o uso do instrumento não denote nada próximo do que se convencionou chamar de
“rock and roll”, o bom e velho rock não deixa de ser uma referência fundamental
em uma série de artistas presentes no programa. Xiu Xiu é uma banda de art rock
dos Estados Unidos que se inspira em inúmeros gêneros musicais - do pós-punk à
música percussiva asiática. Formado pelos húngaros Gábor Kóvacs e Raymond Kiss,
o Céh faz um som barulhento, com distorções de guitarra, vocais potentes e
eletrônicos. Kóvacs também se apresenta solo através da alcunha Új Bála,
projeto de techno industrial minimalista e cerebral revolto por uma obscura
atmosfera. Mais ou menos na mesma pegada do Céh, está o inédito encontro entre
Tantão, God Pussy e Lê Almeida, combo que mistura vocais gritados, barulho
vindo de pedais e geradores de ruídos, além de guitarras shoegaze cheias de
fuzz. Já o francês Julien Desprez, um virtuoso guitarrista de jazz, relaciona,
via “Acapulco Redux”, as sonoridades do seu instrumento à lâmpadas de led acionadas
por meio do som. Ambos de São Paulo, ambos apresentando sonoridades escuras do
pós-punk, ambos em formato trio, estão o Rakta (formado apenas por mulheres) e
o Cave Wave (formado apenas por homens).
Esta questão geográfica
envolvendo a cidade de São Paulo é uma característica bem forte da 6ª edição do
Novas Frequências. Além do Rakta e do Cave Wave, o festival apresenta Thiago
Miazzo, músico experimental com influências de drone, vaporwave e dark ambient
que sonorizará ao vivo o game "Destruction Derby” enquanto a plateia joga
o jogo. Há também uma pequena seleção de artistas que trabalham com o techno –
alguns mais pesados, outros podendo abraçar sonoridades mais ambient. São eles:
Bruno Belluomini, Raquel Krugel e Rampazzo (e o carioca Gorilla Brutality).
Ainda sobre a música eletrônica de pista, Pininga profetiza sobre como será o
funk do futuro, trazendo referências dos coletivos mais proeminentes da música
eletrônica contemporânea, como o NAAFI e o Staycore.
Em uma seara mais experimental,
do noise à improvisação livre jazzística, o festival apresenta uma colaboração
com o Dissonantes, projeto paulistano de livre improvisação formado somente por
mulheres. O projeto, pela primeira vez operando fora de São Paulo, irá contar
com suas fundadoras Natacha Maurer e Renata Roman; Carla Boregas e Paula
Rebellato, que são 2/3 do Rakta; e, finalmente, a carioca Leandra Lambert, uma
veterana da cena, em atuação desde os anos 1990.
Baseado na improvisação livre, na
herança de Walter Smetak e na manipulação e colagem de samples, há o Interregno
Trio, conjunto formado pelo trumpetista paulistano Rômulo Alexis junto dos
baianos Ed Brass e João Meirelles (respectivamente sax e eletrônicos). Também
operando via improvisação, o pianista inglês Stephen Grew trabalha com as
forças vitais do instrumento, seus sons e sua multiplicidade de padrões
rítmicos e extremos dinâmicos.
Luisa Puterman,
produtora-assistente do Novas Frequências por dois anos, se apresenta
finalmente como artista no festival. Participante em 2015 da Red Bull Music
Academy em Paris, a paulistana Luisa irá apresentar ‘”Moto Perpetuo”,
performance resultante de uma residência desenvolvida especialmente para o
festival no Red Bull Station, em São Paulo. A partir de pesquisas sobre
narrativas sonoras, sound cinemas e audio books, busca-se criar uma experiência
offstage – extrapalco – de um dia no contexto do festival.
Esta questão extrapalco também se
apresenta no trabalho de Daniel Limaverde, RBMA alumni em Tóquio 2014. “Sweet
Spot” é outra obra criada em parceria – e consequentemente residência artística
– com o Red Bull Station. Daniel vai criar peças para serem ouvidas em locais
específicos da cidade, acessadas via internet, unindo narrativas sonoras,
vestígios de memória e novas perspectivas para a ocupação da cidade. Já o
holandês Mike Rijnierse vai utilizar, mais específicamente na peça sonora
“Relief”, frequências de ultrassom para interferir na percepção do público do
espaço em que habitam.
Em 2013, o Novas Frequências
realizou uma festa, em 2014 duas, em 2015 uma e, agora, em 2016, serão duas
novamente. Na primeira delas estarão quatro artistas que são peças fundamentais
de dois coletivos que estão mudando a cara da club music contemporânea. Os
mexicanos Fausto Bahía e Mexican Jihad são fundadores do NAAFI, plataforma que
nos últimos anos tomou de assalto às pistas mais vanguardistas do globo,
envolvendo ritmos regionais mexicanos, percussão indígena, herança afro,
“future reggaeton”, dancehall, plena, grime, jersey club, kuduro, funk carioca e
ballroom house. Já o coletivo Staycore, capitaneado, dentre outros, por Toxe e
Mechatok, incorpora ritmos dançantes do mundo todo como kuduro, dancehall e hip
hop à referências pop em colagens totalmente dançantes e inovadores.
Nem integrante do NAAFI e nem
integrante do Staycore, porém muito próxima deles e de outros coletivos, como o
descentralizado NON e o berlinense Janus, é a americana com raízes bolivianas
Elysia Crampton, uma artista à frente, junto com Arca, Rabit e Lotic, de uma
estética queer que, segundo o Pitchfork, “compreende um som cada vez mais sem
fronteiras que é difícil de descrever, mas radicalmente visceral em vigor”.
Próximos dos NAAFI, dos Staycore e do seu parante mais próximo na América do
Sul, o uruguaio Salviatek, estão o já mencionado Pininga e também Superfície,
carioca radicado em Cork, na Irlanda, que mistura funk carioca com grime
inglês.
Outra questão importante do
programa é uma menção a tendência desconstrutiva em referência às pistas de
dança de muitos produtores contemporâneos. Entre a club music e a música
conceitual, o lituano J. G. Biberkopf se utiliza de colagens para criar
atmosferas distópicas ligadas ao mundo digital e à cultura clubbing ainda que
de mãos dadas à música concreta. Mr. Mitch representa o que há de mais novo no
grime experimental do Reino Unido. É um dos criadores, junto com Mumdance e
Logos, do chamado “weightless”, uma etéria mistura de grime, ambient music e
percussão minimalista. Norueguesa, Stine Janvin Motland faz de sua voz o seu
maior instrumento. Sua “Fake Synthetic Music” “toca” peças pioneiras da música
eletrônica apenas com o uso da voz.
Não necessariamente de pista, mas
ainda sim sobre artistas eletrônicos com interesses sonoros regionais-globais
estão uma série de atrações de diversas origens. Também conhecido como High
Wolf, o francês Black Zone Myth Chant passeia pelas sonoridades do hip-hop e do
footwork sob influências da psicodelia afrocêntrica. Abdala, através do projeto
ZUUUM, utiliza gravações de campo das congadas de Goiânia e manipulação de
equipamentos e efeitos eletrônicos. O baiano João Meirelles, 1/3 do Interregno
Trio, faz um live eletrônico solo sob o nome Infusão, misturando sintetizadores
modulares com referências trocapicalistas. O mineiro de Pouso Alegre Projeto Mujique,
artista de viés psicodélico que funde música popular brasileira (congada,
batuques das religiões afro-brasileiras, samba), rock e música eletrônica. E,
finalmente, o estadunidense Rob Mazurek, que, na inédita instalação
“Psychotropic Electric Eel Dreams”, vai controlar 100 tubos fluorescentes de
LED com o som das enguías elétricas do Rio Negro do Amazonas.
A arte sonora, ainda que num
caráter mais performativo que instalativo, está presente em diversas peças
apresentadas ao longo do festival. Além das já comentadas obras de Julien
Desprez, Rob Marurek e Thiago Miazzo, está “Voidness of Touch”, performance em
contínua evolução do português Gil Delindro que se baseia na exploração da
matéria enquanto vibração. Andreas Trobollowitsch é um austríaco que trabalha
basicamente com instrumentos preparados e objetos modificados. Em “Hecker”,
pedaços de madeira de tamanhos e pesos diferentes são cortados por três
lenhadores de acordo com uma partitura. O carioca Gustavo Torres apresenta “33
blast blast beat beat”, peça para dois bateristas de grindcore em que o eco e a
repetição são os principais elementos. “Les Mondes” é uma performance da
francesa Sis_Mic em que um longo processo, em ciclos, estica os sons até os
seus limites.
A relação com a imagem também não
foi deixada de lado no Novas Frequências 2016. O artista multimídia alemão Ulf
Langheinrich em “Full Zero” mistura uma voyeuristica filmagem de dança com
subgraves poderosos que carregam propriedades alteradoras da mente.
“Cosmogonia” é uma jornada audiovisual que atravessa territórios e continentes
em um grande redemoinho telúrico e xamânico, uma cortesia dos cineastas
franceses Vincent Moon e Priscilla Telmon e do produtor e DJ libanês Rabih
Beaini. Este último também se apresenta solo, em um DJ set de techno
assombrado.
Importante citar que o Novas
Frequências é único membro brasileiro do ICAS (International Cites Of Advanced
Sound), network que reúne alguns dos mais importantes festivais de culturas
sonoras avançadas, música de vanguarda e artes relacionadas como o Mutek
(Montreal, Canadá), o Unsound (Cracóvia, Polônia), o CTM (Berlim, Alemanha) e o
TodaysArt (Haia, Holanda). O ICAS tem como objetivo estimular o diálogo, a
troca de conhecimentos e o apoio mútuo entre organizações internacionais envolvidas
com música e sons avançados. Desta forma ele promove a comunidade e a
colaboração ao invés da competição entre empreendedores culturais. É uma
plataforma criativa para a autorreflexão e aprendizagem em um nível global,
convocando seus membros para se reinventarem constantemente.
O Novas Frequências conta com o
patrocínio master da Oi, do Governo do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado
de Cultura, e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro;
realização da Cardápio de Ideias Comunicação e Eventos, do Oi Futuro, da
Funarte e do Ministério da Cultura; patrocínio da Heineken Brasil; apoio do
SHAPE, do programa Creative Europe da Comunidade Europeia, ICAS, Consulado
Geral da França no Rio de Janeiro, Institut Français Brasil, Consulado do Reino
dos Países Baixos, Bundeskanzleramt Österreich (Chancelaria Federal da
Áustria), DS-X.org; e apoio de mídia da revista inglesa The Wire.
Artistas NF 2016 em ordem
alfabética
Abdala apresenta: ZUUUM (BR)
Andreas Trobollowitsch apresenta: Hecker (AT)
Black Zone Myth Chant (FR)
Bruno Belluomini apresenta: Horos (BR)
Cave Wave (BR)
Céh (HU)
Daniel Limaverde apresenta: Sweet Spot (BR)
Dissonantes apresenta:
Carla Boregas (BR)
Leandra Lambert (BR)
Natacha Maurer (BR)
Paula Rebellato (BR)
Renata Roman (BR)
Elysia Crampton (US)
Fausto Bahía (MX)
Gil Delindro apresenta: Voidness of Touch (PT)
Gorilla Brutality (BR)
Gustavo Torres apresenta: 33 blast blast beat
beat (BR)
Infusão (BR)
Interregno Trio (BR)
J. G. Biberkopf (LT)
Julien Desprez apresenta:
Acapulco Redux (FR)
Luisa Puterman apresenta: Moto Perpetuo (BR)
Mechatok (DE)
Mexican Jihad (MX)
Mike Rijnierse apresenta: Relief (NL)
Mr. Mitch (UK)
Pininga (BR)
Projeto Mujique (BR)
Rabih Beaini (LB)
Rakta (BR)
Rampazzo (BR)
Raquel Krügel (BR)
Rob Mazurek apresenta Psychotropic Electric Eel
Dreams (US)
Sis_Mic apresenta: Les Mondes
(FR)
Stephen Grew (UK)
Stine Janvin Motland apresenta: Fake Synthetic
Music (NO)
Superficie (BR)
Tantão feat. God Pussy e Lê Almeida (BR)
Thiago Miazzo apresenta: Destruction Derby (BR)
Toxe (SE)
Új Bála (HU)
Ulf Langheinrich apresenta: Full
Zero (DE)
Vincent Moon + Rabih Beaini + Priscilla Telmon apresentam: Cosmogonia
(FR/LB)
Xiu Xiu (US)
Programação
___Caminhada Sonora @ RJ____
3-8 de dezembro em diversos
espaços da cidade (mais infos em breve)
Daniel Limaverde apresenta: Sweet
Spot (BR)
___Ocupação @ Galpão Gamboa___
sábado, 3 de dezembro, das 14:00
às 6:00
Palestra e rodada de Negócios –
14:00
Informações em breve
Instalações – 16:00
Luisa Puterman apresenta: Moto
Perpetuo (BR)
Mike Rijnierse apresenta: Relief (NL)
Rob Mazurek apresenta Psychotropic Electric Eel
Dreams (US)
Terraço eletrônico – 18:00
Black Zone Myth Chant (FR)
Abdala apresenta: ZUUUM (BR)
Infusão (BR)
Projeto Mujique (BR)
Performances sonoras e A/V –
17:00
Andreas Trobollowitsch apresenta: Hecker (AT)
Gustavo Torres apresenta: 33 BlastBlast
BeatBeat (BR)
Julian Desprez apresenta: Acapulco Redux (FR)
Thiago Miazzo apresenta: Destruction Derby (BR)
Shows – 20:00
Cave Wave (BR)
Xiu Xiu (US)
Festa – 23:00
Elysia Crampton (US)
Fausto Bahía (MX)
Mexican Jihad (MX)
Toxe (SE)
Mechatok (DE)
Pininga (BR)
Superficie (BR)
Galpão Gamboa
Endereço: Rua da Gamboa, 279
Ingressos: A venda de ingressos começa
no dia 31 de outubro de 2016
Teatro - performances sonoras e
a/v: R$ 20 (antecipado) e R$ 30 reais (na porta)
Shows - Cave Wave e Xiu Xiu: R$
20 (antecipado) e R$ 30 (na porta)
Garagem - Festas: R$ 30
(antecipado) e R$ 40 (na porta)
Combo Gamboa (contempla a
programação de Performances Sonoras e A/V, os shows do Garagem e a Festa): R$
50 (vendas pelo site e na porta)
Combo Gamboa + Fosfobox
(contempla a programação de Performances Sonoras e A/V, os shows do Garagem e a
Festa do Galpão Gamboa no dia 03 de dezembro e a Festa na Fosfobox no 08 de
dezembro): R$ 70 (vendas pelo site e na
porta)
Terraço Eletrônico e Instalações:
entrada gratuita
Venda antecipada:
www.sympla.com/novasfrequencias
Acesso para deficientes
Telefone: (21) 98460-1350 /
98460-1351
Site: www.galpaogamboa.com.br
___Shows @ Leão Etíope do Méier
(Praça Agripino Greco)___
domingo, 4 de dezembro, às 18:00
Vincent Moon + Rabih Beaini +
Priscilla Telmon apresentam: Cosmogonia (FR/LB)
Rakta (BR)
Céh (HU)
Tantão feat. God Pussy e Lê
Almeida (BR)
Leão Etíope do Méier
Endereço: Praça Agripino Grieco
s/nº
Capacidade: 1.500 pessoas
Classificação livre
Evento gratuito
___Shows @ Audio Rebel___
segunda, 5 de dezembro, às 20:00
Dissonantes apresenta:
Carla Boregas (BR)
Leandra Lambert (BR)
Natacha Maurer (BR)
Paula Rebellato (BR)
Renata Roman (BR)
Audio Rebel
Endereço: R. Visconde de Silva,
55 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ
Capacidade: 90 lugares
Ingressos: A venda de ingressos
começa no dia 31 de outubro de 2016
R$ 20 (antecipado) e R$ 30 (na
porta)
Venda antecipada:
www.sympla.com/novasfrequencias
Acesso para deficientes
Classificação: livre
Tel.: (21) 3435-2692
Site: www.audiorebel.com.br
___Shows @ Oi Futuro Ipanema___
terça, 6 de dezembro, às 20:00
Stephen Grew (UK)
Interregno Trio (BR)
quarta, 7 de dezembro, às 20:00
Ulf Langheinrich apresenta: Full
Zero (DE)
Stine Janvin Motland apresenta: Fake Synthetic
Music (NO)
quinta, 8 de dezembro, às 20:00
Gil Delindro apresenta: Voidness
of Touch (PT)
Sis_Mic apresenta: Les Mondes
(FR)
Oi Futuro Ipanema
Endereço: Rua Visconde de Pirajá,
54 – Ipanema, Rio de Janeiro – RJ
Ingressos: R$ 20 (na porta)
Capacidade Auditório: 90 lugares
Acesso para deficientes
Classificação: livre
Telefone: (21) 3131-9333
Site: www.oifuturo.org.br
___Festa @ Fosfobox___
quinta, 8 de dezembro, às 23:00
Rabih Beaini (LB)
Mr. Mitch (UK)
J. G. Biberkopf (LT)
Rampazzo (BR)
Bruno Belluomini apresenta: Horos (BR)
Új Bála (HU)
Raquel Krugel (BR)
Gorilla Brutality (BR)
Fosfobox
Endereço: Rua Siqueira Campos,
143
Ingressos: A venda de ingressos
começa no dia 31 de outubro de 2016
R$ 30 (até 1 da manhã) e R$ 40
(após 1 da manhã)
Venda online:
www.sympla.com/novasfrequencias
Capacidade: 300 lugares
Acesso para deficientes
Classificação: 18 anos
Telefone: (21) 2548 7498
Site: www.fosfobox.com.br
Biografia dos artistas em ordem
alfabética
Bruno Belluomini apresenta: Horos
(TRNQ/ Brasil)
https://soundcloud.com/horos
https://soundcloud.com/belluomini
Horos é o novo trabalho autoral
do paulistano Bruno Belluomini. Narrativa criada para dar vazão à sua recente
pesquisa sonora, o projeto conceitual tem como protagonista Gustav Sokol,
capitão da missão espacial Horos.
Idealizador da extinta festa de
dubstep e bass music Tranquera (2005-2012), Bruno Belluomini já se apresentou
em festivais como o Wiener Festwochen (Festival de Viena) e o Sónar São Paulo
2012, e já deu suporte para nomes como Ben Klock, Kode 9, Pinch, Move D e
Appleblim. Seu trabalho já foi assunto nos veículos Vice, Spin, The Fader,
XLR8R, DJ Mag e Mixmag, além do documentário britânico Bassweight (2010). Agony
(2016), seu recente álbum pelo selo Lux Rec, está sendo tocado por Radio Slave,
Scuba, Marsman, An-I, John Heckle, Volvox, Extrawelt, DJ Deep, Jacques Renault
e Alexis Le Tan.
Belluomini também cuida do TRNQ,
selo audiovisual para criação de conteúdo autoral. Entre álbuns, EPs e remixes,
o catálogo já soma 7 títulos desde 2012.
Daniel Limaverde apresenta: Sweet
Spot
(Brasil)
https://soundcloud.com/danielimaverde
Agregando influências de jazz
(Charles Mingus), música erudita (Arvo Pärt), eletronica (Matthew Hebert, Mount
Kimbie) e pop (Björk), a música do compositor e produtor musical carioca Daniel
Limaverde apresenta um profundo senso de clareza espacial, trabalhando notas,
timbres e texturas como motivos visuais tridimensionais. Limaverde participou
do Red Bull Music Academy de 2014 em Tóquio, Japão, tendo sido selecionado
dentre mais de 6.000 inscritos de 110 países. Assinou a trilha sonora do longa
metragem “A Morte de J.P.Cuenca”, para o Canal Brasil. No ano passado, realizou
uma tour e uma residência artística itinerante nos EUA junto com outros 24
músicos de diversas partes do mundo como parte do programa OneBeat.
Especialmente para o Novas Frequências
e com o apoio do Red Bull Station em São Paulo, onde, por duas semanas,
desenvolveu o trabalho em residência, Sweet Spot propõe a criação de realidades
virtuais através de experiências estéticas e sensoriais que ressignificam
espaços urbanos através do som. “Sweet Spot” trata de temas como memória,
especulação imobiliária, sanidade, ocupações, solitude e temporalidade. Juntos,
estes temas fazem parte da construção de uma narrativa central que irá contar
com aproximadamente 20 peças sonoras disponibilizadas gratuitamente para
download e streaming. Cada peça será site specific com o intuito de ser
experimentada, via fones de ouvido comuns, em uma localização geográfica
especifica. A obra funciona assim como uma instalação sonora de qualidade
virtual, convidando o ouvinte a transitar em um circuito de espaços urbanos que
serão ressignificados. Todos as peças serão compostas, arranjadas e gravadas em
áudio binaural proporcionando uma espécie de bolha sonora tridimensional,
dando, na verdade, a impressão que os eventos retratados estivessem de fato
ocorrendo ao vivo ao redor do ouvinte.
Elysia Crampton
(Break World/ Estados Unidos)
https://soundcloud.com/eande
A americana de origens bolivianas
Elysia Crampton é um produtora, artista sonora e colagista conceitual. Sua
música é uma confluência ambiciosa de ideias que sintetiza múltiplas histórias
sub-representadas, geografias, gêneros musicais e culturais em um material de
pista viciante, colorido e contemporâneo.
Na sequência de American Drift,
lançado no ano passado pelo selo americano Blueberry Records, seu mais recente
trabalho, Demon City (Break World), é um álbum conceitual com participações de
Chino Amobi, WhyBe, Rabit e Lexxi, que funciona como um poema épico. Vertido
para os palcos e as pistas, Demon City se transforma em uma performance
batizada Dissolution of The Sovereign: A Time Slide Into The Future, uma
espécie de peça audiovisual que se desenrola tal como uma apresentação ao vivo,
unindo a tradição oral e o legado teatral dos nativos bolivianos Aymara com a
visão transfeminista abolicionista de Elysia.
Fausto Bahía
(N.A.A.F.I/ México)
http://naafi.mx/artista/fausto-bahia/
Tomás Davó, o Fausto Bahía, é uma
das principais cabeças do N.A.A.F.I, coletivo mexicano baseado em Porto
Escondido que nos últimos anos tomou de assalto às pistas mais vanguardista do
globo. O segredo do grupo está na conexão das raízes da música de baile do
México e das sonoridades pré-hispânicas com novos sons undergrounds que pipocam
ao redor do país e do mundo. Seja lançando música pelo próprio selo, fazendo
festas e festivais ou produzindo música original, o N.A.A.F.I mistura estéticas
tradicionais com pós-modernas para quebrar barreiras e mudar clichês sobre a
música latina. Uma discotecagem do N.A.A.F.I invariavelmente envolve ritmos
regionais mexicanos, percussão indígena, herança afro, “future reggaeton”,
dancehall, plena, grime, jersey club, kuduro, funk carioca e ballroom house.
Junto com Paul Marmota, Lao e
Mexican Jihad (que também toca no Novas Frequências), Fausto Bahía começou o
N.A.A.F.I em 2010 como uma festa. Eventualmente se tornaram um selo e um
coletivo que envolve hoje mais de 14 projetos do México e de outros lugares,
além de um estúdio de produção cultural que desenvolve, dentre outras coisas, projetos
de pesquisa junto com instituições culturais, documentários e marcas de
software.
Gorilla Brutality
(Domina/ Brasil)
www.soundcloud.com/gorillabrutality
Formado por Alexandre Colchete e
Eduardo Colombo em 2010, a
dupla carioca Gorilla Brutality se deixa influenciar pelo grande fluxo de
informações no mundo digital em nosso dia-a-dia como ponto de partida para a
concepção de seu primeiro álbum (sem título) lançado em 2016 pelo selo Domina.
Com referências que passeiam pelos universos dos sons dos hipermercados à
Beyoncé, passando por ambientes microfonados e sons familiares que permeiam
nossa realidade, a ideia do grupo é descontextualizar e gerar ritmos os mais
variados possíveis.
Interregno Trio
(Brasil)
http://www.joaommeirelles.com
https://soundcloud.com/edbrassbrasil
https://soundcloud.com/romulo-alexis
"Estamos em um estado de
interregno, entre uma etapa em que tínhamos certezas e outra em que a velha
forma de atuar já não funciona..."
O trio formado pelos baianos
Edbrass Brasil e João Meirelles e o paulistano Rômulo Alexis une as sonoridades
do sopro, pesquisas sobre Walter Smetak, o live electronics e suas produções em
composição instantânea. O encontro dos três músicos abre várias possibilidades
sonoras, com enfoque no drone, no ambient e no free jazz, num jogo entre
instrumentos de sopro adaptados em diálogo com as técnicas de manipulação de
timbres em tempo real da música eletrônica.
Edbrass Brasil é artista
intermidia e trabalha a partir da manipulação e colagem de gravações e samples,
aliado ao uso de instrumentos de sopro não-convencionais. Pesquisador de live
cinema e dança telemática, cria trilhas sonoras para cinema e peças de dança
contemporânea e é coordenador em Salvador do projeto Low Fi - Processos
Criativos. João Meirelles, que, através do Infusão, também se apresenta em
formato solo no Festival Novas Frequências, é membro do grupo Baiana System e
produtor da plataforma LARGO, de improvisação livre e ocupação do Teatro Vila
Velha de Salvador. Rômulo Alexis é artista visual, trompetista e performer. Faz
parte do duo Radio Diáspora junto à Wagner Ramos, em que unem música eletrônica
e free jazz e é também um dos fundadores do Circuito Livre de São Paulo, ação
coletiva de articulação de lug ares e formação de público para a linguagem
musical da improvisação.
Luisa Puterman apresenta: Moto
Perpetuo
(Brasil)
http://www.luisa-puterman.com/
Luisa Puterman vive e trabalha
com som. Suas pesquisas e projetos exploram histórias, possibilidades,
problemas e outros aspectos sobre composição e percepção sonora. Nos últimos
anos, participou de festivais, residências e exposições com FILE-SP (2014);
18th Japan Media Festival (2014); FIVAC (Cuba, 2015); FIF-Belo Horizonte
(2015); Red Bull Music Academy (Paris 2015); F.I.M.E (São Paulo, 2016);
Primavera Fauna (Chile, 2016) e outras ocupações sonoras. Luisa também atua
como produtora musical, engenheira de som e sound designer.
Especialmente para o Novas
Frequências e com o apoio do Red Bull Station em São Paulo, onde, por duas
semanas, desenvolveu o trabalho em residência, “Moto Perpetuo” parte de
explorações sonoras e vontades que buscam entender o som como potência visual
por si só – ou seja, o som sinestésico. A partir de pesquisas sobre narrativas
sonoras, soundcinemas e audio books, busca-se criar uma experiência offstage –
extrapalco – de um dia no contexto do festival.
Num local a ser combinado, o
público é vendado e colocado dentro de uma van sem saber seu local de destino.
Ao chegar, as pessoas (ainda de olhos vendados) são assistidas por membros da
produção do festival e encaminhadas para o local da performance. As vendas só
serão retiradas pós-performance. “Moto Perpetuo” trata de temas como êxodo,
moto perpétuo, catástofres naturais e paisagens sonoras surreais.
Mechatok
(Staycore/ Alemanha)
https://soundcloud.com/mechatok
Mais conhecido como Mechatok,
Timur Tokdemir é um produtor alemão de origens tunisianas e turcas que faz
parte do selo e coletivo Staycore. Com formação musical clássica como
guitarrista, Mechatok equilibra seu senso melódico com uma inclinação a sons
mais duros relacionados ao espectro da dance music – seus DJ sets jogam com a
música clubbing e com o rap, invocando sentimentos que vão do êxtase à
vulnerabilidade. É raro um artista tão jovem (18 anos) apresentar um
desenvolvimento sonoro tão próprio e distinto. Não à toa, o artista vem sendo
considerado pela FACT Mag como um dos novos produtores do momento.
Junto à sueca Toxe, sua
companheira de Staycore (e que também é parte da programação do Novas Frequências),
Mechatok produziu a faixa “Still Life”, trilha do desfile da Kenzo em seu
desfile de estampas para a coleção Outono/Inverno 2016. Mechatok é também um
grande colaborador da notória festa de Londres, e agora selo, Bala Club, ao
lado de Uli K, Endgame e Kamixlo.
Mexican Jihad
(N.A.A.F.I/ México)
http://naafi.mx/artista/mexican-jihad/
Mexican Jihad é um dos DJs e
produtores envolvidos no coletivo mexicano N.A.A.F.I, uma das principais
frentes no desenvolvimento da música dançante do país do mundo, ao lado de
nomes como Fade to Mind, Night Slugs, Janus, Principe Discos e Staycore.
Trabalhando na teoria e na prática uma fusão de gêneros batizadas por eles
mesmos como “ritmos periféricos”, o N.A.A.F.I vêm expandindo seus horizontes
para fora da cena local, fazendo showcases e apresentações na Europa, nos
Estados Unidos e na Ásia e utilizando a música dos clubes para explorar a sua
identidade latino-americana.
Até aonde se pode falar de
identidade geográfica, e até aonde a mesma pode ser extrapolada no mundo
globalizado de hoje, isso é o que Alberto Bustamante vem experimentando, sob a
alcunha de Mexican Jihad. O artista, inclusive, prefere não se rotular como
latino-americano, preferindo se deixar levar pelo o que não pode ser rotulado,
pelo que fica no limite, não só musicalmente, porém em relação à pensamentos de
cidade, sociedade, estética... Mexican Jihad prefere combinar diferentes
gêneros e inspirações para assim transformar os territórios da club music.
Pininga
(Salviatek/ Brasil)
https://soundcloud.com/edwarp
Radicado em São Paulo há 9 anos,
o DJ, produtor e artista pernambucano (Eduardo) Pininga mistura em sua
sonoridade gêneros urbanos como grime, o house e o hip-hop, com ritmos locais e
regionais como o funk, o tecnobrega e o maracatu.
Enquanto prepara o seu primeiro
EP para o selo uruguaio Salviatek, Pininga lança trabalhos originais e edits
para importantes selos emergentes como o NAAFI (México) e o Staycore (Suécia).
Seu trabalho também está presente na curadoria músical dos eventos
colaborativos do Muscles Cavern de São Paulo, djing e produção da MC Linn da
Quebrada, e também com artes gráficas e textos. Além disso, mantém uma
residência mensal no programa de rádio online britânico Radar Radio e se
apresenta em festas como Metanol na Rua (SP), Carlos Capslock (SP), Voodoohop
(SP), Wobble (RJ), Salviatek (Montevidéu) e Hiedrah (Buenos Aires).
Rakta
(Dama da Noite Discos, Nada Nada
Discos/ Brasil)
https://rakta.bandcamp.com/
Rakta é um trio de São Paulo
formado apenas por mulheres que tem sua produção fundamentada no punk-rock e no
pós-punk, trazendo influências da psicodelia, do gótico e do noise. Formada por
Paula Rebellato (voz e teclado), Nathalia Viccari (bateria) e Carla Boregas
(baixo), o mundo da Rakta transita entre o místico, o feminino e a potência de
seu som – forte, tribalístico e performático. Mesmo que por vezes aparentemente
urbano, a sonoridade do trio se deixa influenciar pelo bucólico e busca se
aproximar de referências pagãs.
Em 2016, a banda, que já
possui três álbuns, excursionou nos Estados Unidos e no Japão, passando por
diversos venues destes países e aumentando a já crescente visibilidade de seu
trabalho – em Seattle, por exemplo, se apresentaram no mítico programa de rádio
FM/digital KEXP.
Rabih Beaini
(Morphine/ Líbano)
https://soundcloud.com/rabih
Nascido no Líbano, o produtor e
DJ Rabih Beaini (no passado conhecido como Morphosis) é um especialista em
criar atmosferas imaginativas e granuladas. Poucos artistas conseguem montar um
live analógico tão desafiador e intrigante como ele, onde, entre outros, dark
wave, krautrock e techno se harmonizam de forma assombrada. Estas influências
também aparecem na produções de Beaini junto ao Upperground Orchestra, um
ensemble de improvisação que conta com inúmeras frontes e que explora os
terrenos entre eletrônica, techno e o free jazz. Rabih ainda dirige o seu selo
Morphine (Senyawa, Pauline Oliveiros, Pierre Bastien) e vem dando voz ao que
existe de mais interessante na vanguarda da música eletrônica internacional,
colaborando há anos, por exemplo, com o festival de música avançada CTM, em
Berlim.
No Novas Frequências deste ano,
Rabih Beaini se junta à Vincent Moon e Priscilla Telmon em “Cosmogonia”, uma
espécie de colagem de filmes da dupla francesa. No projeto, Beaini trabalha com
o som original das peças audiovisuais e improvisa, ao vivo, durante a projeção
das mesmas, criando uma nova composição. Rabih Beaini ainda se apresenta na
festa de encerramento do festival, na Fosfobox, em um DJ set de 2 horas.
Rampazzo
(Step In Recordings/ Brasil)
https://soundcloud.com/rampazzo
(Lucas) Rampazzo é designer,
artista visual e músico baseado em São Paulo. Seus experimentos musicais se
iniciaram durante uma residência artística em Rotterdam, na Holanda, em 2011, onde
também desenvolveu trabalhos relacionados às artes visuais. De lá pra cá,
passou a se envolver tanto em projetos artísticos ligados ao design gráfico
quanto à música. A mistura entre formas e padrões geométricos com elementos de
texturas orgânicas é o que caracteriza o seu trabalho autoral. Em suas músicas
soam melodias graves e densas que, como mantras, se distribuem por repetições
criando ambiente para melodias mais sutis e orgânicas.
Atualmente, participa do circuito
independente de música eletrônica e experimental de São Paulo com performances
ao vivo que transitam entre a ambient music e o techno. Em sua discografia
constam dois EPs (Here, de 2013 e Ser/Estar, de 2015) lançados pelo selo Step
In Recordings e uma música pela coletânea Hy Brazil Vol 4, de 2014. Em
paralelo, ao lado de Thiago Behrndt, dedica-se ao Preto, projeto que consiste
em encontros de música experimental ritualística e improvisação livre.
Raquel Krügel
(Subsubtropic Records/ Brasil)
https://soundcloud.com/raquelkrugelrk
Raquel Krügel mora entre São
Paulo e o Rio Grande do Sul, é formada em filosofia, trabalha como sound
designer e é compositora de música eletrônica desde 2006. Mestre em filosofia
da música, viajou pelo mundo durante 3 anos portando apenas um laptop para a produção
de seu trabalho audiovisual. Acabando de fechar o seu segundo EP/tape pela
Devoid Records, Raquel o fez utilizando-se inteiramente de um software de
áudio. Assim como quando compôs RK, seu primeiro EP, pela Subsubtropic Records,
em 2014.
Rob Mazurek apresenta Psychotropic Electric Eel
Dreams
(Cuneiform, Rogueart,
International Anthem/ Estados Unidos)
http://robmazurek.com/
Cornetista, improvisador,
compositor e artista multimídia, Rob Mazurek é o maior representante da
prolífica cena de improvisação de Chicago. Aumentando o leque sônico da sua
corneta via programação de computador, eletrônicos e uma variedade de teclados,
a ampla paleta eletroacústica de Mazurek desafia simples categorizações.
Líder de grupos e ensembles como
o Exploding Star Orchestra, Chicago Underground, Isotope 217 e Starlicker, Rob
Marurek já dividiu o palco com figuras expressivas do jazz como Pharoah
Sanders, Yusef Lateef, Bill Dixon, Roscoe Mitchell e Fred Anderson. Mazurek
também mantém uma longa colaboração com artistas brasileiros, em especial com o
núcleo em torno do paulistano Hurtmold. O trio São Paulo Underground (Novas
Frequências 2013) acaba de lançar o quinto álbum e é formado pelos músicos
Mauricio Takara e Guilherme Granado. Já no sexteto Black Cube SP, Mazurek toca
com Takara e Granado, além de Rodrigo Brandão, Thomas Rohrer e Rogério Martins.
Na instalação inédita
“Psychotropic Electric Eel Dream”, Rob Mazurek controla 100 tubos fluorescentes
de LED com o som, leia-se choque, de enguias elétricas do Rio Negro do
Amazonas. Entre 2000 e 2005, o artista morou em Manaus e gravou as descargas
elétricas das enguias no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Tantão feat. God Pussy e Lê
Almeida
(Brasil)
https://godpussy.bandcamp.com
www.lealmeida.bandcamp.com
Carlos Antônio Mattos, aka
Tantão, é artista plástico e músico. Em 1983, junto com Márcio Bandeira e Lui,
criou a banda de pós-punk Black Future. Tocando teclados e e bateria
eletrônica, lançou com o Black o disco "Eu Sou o Rio" que, em suas faixas,
misturava punk-rock, samba e samples. Desde então, esteve em inúmeros projetos
musicais como John Merrick Experience, Demillus & Duloren, FUCK e The
Bosch, além de participações em show do Chelpa Ferro e Dedo. Em 2016, está
gravando um disco com produção da Rádio Lixo. Sua música e poesia se misturam
com as performances e seu trabalho de artes plásticas. Já participou de duas
residências em Amsterdã (2010 e 2011), além de ações na Casa Nuvem (RJ) e Ceia
(BH). Suas telas, coloridas, são a mistura de sua personalidade incrivelmente
caótica com as linhas organizadas de seus conhecimentos de desenho naval.
Porém, nada disso importa. Tantão só se explica ao vivo.
Especialmente para o Novas
Frequências, Tantão irá se apresentar em um formato trio, inédito, junto com
God Pussy e Lê Almeida. O primeiro é um projeto de noise com espírito DIY,
iniciado em 2008 por Jhones Silva. No God Pussy, pedais, piezos,
sintetizadores, rádios, geradores de ruídos, entre outros, são utilizados para
uma explosão de noise e power electronics com fins politicos, tratando de falta
de saneamento básico, atendimento hospitalar, educação, abuso de poder,
violência e crueldade. Guitarras altas podem soar deslocadas junto a melodias
pop, mas não para Lê Almeida. Suas canções concisas, sobre jeans velhos, bikes
e comprimidos, são saturadas por altas doses de fuzz. “A resposta brasileira ao
Robert Pollard”, segundo o The Guardian, Lê grava seus discos, são 6 ao todo,
de modo caseiro e os distribui via Transfusão Noise Records, selo que fundou no
início de 2004, além de fazer as artes das capas e pôsteres dos shows.
Prolífico, o músico se divide em pseudônimos e projetos paralelos com amigos
para dar vazão a tudo o que produz. Treli Feli Repi, Tape Rec, Babe Florida,
Cramapel, Suite Parque, Refrigerantes e Carpete Florido contam com a
participação dele, seja nos vocais, na guitarra ou na bateria. Também
administra o Escritório, estúdio e clube de recreação que abriga as novas
gravações das bandas da Transfusão Noise Records, que costumavam ocorrer no
quintal do próprio Lê, em Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense.
Thiago Miazzo apresenta:
Destruction Derby
(TOC Label, Seminal Records/
Brasil)
https://thiagomiazzo.bandcamp.com/
Thiago Miazzo é artista visual,
experimentador sonoro, videomaker e professor de história na rede estadual de
São Paulo. Desde 2005, está envolvido com o guarda-chuva estético e sonoro da
música experimental, passeando por, dentre outros, noise, vaporwave, drone,
dark ambient, lo-fi e chopped & screwed. Metade do selo TOC Label e do duo
Gruta (ambos ao lado de Cadu Tenório), Miazzo atua sozinho em projetos que
levam seu nome e também no Fluid Druid, Alfa Lima International, Mesbla, Caldo
Verde, Pallidum, entre outros. Em Fruto Proibido Vol 1 colaborou com Victor Lucindo
(aka Iridescent), e em spit com Felipe Zenícola, do trio Chinese Cookie Poets.
Em “Destruction Derby”,
performance audiovisual inédita comissionada pelo Novas Frequências, Miazzo irá
sonorizar ao vivo o game de mesmo nome enquanto a plateia é convidada a
jogá-lo. “Destruction Derby” é um jogo (Playstation) de corrida e combate
baseado no evento esportivo americano de corrida de demolição.
Ulf Langenrich apresenta: Full
Zero
(Asphodel/ Alemanha)
http://www.ulflangheinrich.com
Ulf Langheinrich é um artista
multimídia austríaco baseado em Dresden, na Alemanha. Desde os anos 80, vem
desenvolvendo trabalhos em seu estúdio e trabalhando as bases de sua linguagem
estética. Em 1991, junto com Kurt Hentschlaeger, fundou o duo Granular
Synthesis, em Viena. Crescendo no contexto da Alemanha Oriental, em uma região
totalmente industrial, a infância de Langheinrich foi rodeada de imagens e sons
artificiais e estéreis. Cada som, e particularmente aqueles formados por
padrões repetitivos (do som da respiração às gotas de água, ao martelar das
máquinas industriais), tornou-se de grande importância e influência na vida do
artista.
“Full Zero” é a performance
audiovisual que Ulf Langheinrich apresenta nesta edição do festival. O ponto de
partida do trabalho é a filmagem de uma dança de Maureen Law, uma artista de
origem chinesa que vive atualmente em Berlim. As imagens hipnóticas da
performance de Maureen emanam sensualidade e beleza. É contraditória a relação
entre a aparente vulnerabilidade e intimidade da dança e a dureza sem piedade
da câmera que a filma. Ao apresentar essas images em larga escala num telão, a
situação voyeuristica do filme é imposta à todo o público, situação
extremamente sedutora, porém perturbadora. O som é orientado por elementos
pesados de minimal techno e técnicas de indução ao transe profundo. O subgrave,
além de poderoso, carrega propriedades que alteram diretamente a mente – o
resultado tanto sônico como físico se constitui como um senso peculiar de
agressão que se distinguem do corriqueiro caráter hedonista do techno e da
house.
Vincent Moon + Rabih Beaini + Priscilla Telmon apresentam: Cosmogonia
(França, Líbano)
https://www.vincentmoon.com/
https://soundcloud.com/rabih
http://www.priscillatelmon.com/
A relação entre Vincent Moon e Rabih
Beaini vem ocorrendo a partir da mútua admiração de ambos, que vieram a criar
uma parceria em diversos trabalhos ao longo de 2016. Beaini produziu “7 films
by Vincent Moon”, projeto comissionado pela instituição Live SoundTracks para
uma apresentação ao vivo em Barcelona numa tentativa de se recriar a trilha
sonora de filmes, assim como manipulá-los no palco em tempo real. Assim, o
artista incorporou seu toque dark à trilha original, criando um resultado novo
e abstrato.
No Festival Novas Frequências,
Vincent Moon se junta a Rabih Beaini e a Priscilla Telmon para apresentar
“Cosmogonia”, performance que mistura cinema ao vivo, eletrônica experimental e
a música de objetos sagrados. Espécie de colagem entre os projetos transmídia
“Rituals” e “Híbridos”, “Cosmogonia” é uma jornada audiovisual que atravessa
territórios e continentes em um grande redemoinho telúrico e xamânico,
misturando rituais de transe seculares ao redor do mundo com um estudo
etnográfico sobre os cultos religiosos e ritmos místicos do sincretismo
brasileiro.
O “reinventor do videoclipe”
segundo o New York Times, Vincent Moon é um cineasta independente francês
(“Take Away Show”, “Petites Planètes”) que se define como um explorador de
sonoridades. Ao longo dos últimos dez anos, vem viajando ao redor do mundo,
descobrindo e redescobrindo do Sufismo na Chechênia e Etiópia, ao Ayahuasca no
Peru, o transe no Brasil, o Jathilan na Indonesia e o Len Dong no Vietnam.
Nascido no Líbano, o produtor e
DJ Rabih Beaini (no passado conhecido como Morphosis), é especialista em criar
atmosferas imaginativas e granuladas. Poucos artistas conseguem montar um live
analógico tão desafiador e intrigante como ele, onde dark wave, krautrock,
techno e “pós-tudo” se harmonizam de forma assombrada. Rabih ainda toca o seu
selo Morphine (Senyawa, Pauline Oliveiros, Pierre Bastien) e vem dando voz ao
que existe de mais interessante na vanguarda da música eletrônica
internacional, colaborando há anos, por exemplo, com o festival de música
avançada CTM, em Berlim.
Membro da Sociedade de
Exploradores Franceses, a fotógrafa, escritora e cineasta Priscilla Telmon
percorre o mundo em missões humanitárias e viagens de aventura. Sua paixão pela
exploração e culturas antigas rendem reportagens, filmes e livros, atuando na imprensa
escrita, no rádio e na TV.
Xiu Xiu
(Polyvinyl/ Estados Unidos)
http://www.xiuxiu.org/
Xiu Xiu é uma banda de música
experimental e art rock formada em 2002 na cidade de San José, Califórnia. O
grupo é uma criação do cantor e compositor Jamie Stewart, seu único membro
constante – seus colegas atuais são Angela Seo, Shayna Dunkelman e Ava Mendoza.
Musicalmente, o Xiu Xiu inspira-se em um sem número de gêneros musicais
diferentes, incluindo pós-punk e synth-pop britânico, noise, experimental, house,
techno, folk, rock and roll dos anos 50, pop, música percussiva asiática,
música clássica do século 20 e trilhas de filme – aliás, seu último disco, o 8º
da carreira, é uma homenagem a série/filme Twin Peaks (Plays The Music of Twin
Peaks).
O Xiu Xiu nunca se esquivou de
qualquer tópico honesto e significativo para eles. Suas canções discursam sobre
transexualismo, suicídio, solidão, loucura, crianças-soldados, o tsunami na
Indonésia, sexo bizarro, o cotidiano gay, aborto, incesto, gatos, ser estuprado
pela polícia e a responsabilidade individual dos militares norte-americanos
para com às famílias que assassinam. Ainda assim, dentro de tudo isso, ainda há
uma certa “fofura” na banda. O Xiu Xiu Vem sendo chamado nos últimos anos de
“auto-flagelante”, “severo”, “brutal”, “chocante e “perverso”, mas também de
“genial”, “brilhante”, “único”, “imaginativo” e “luminoso”. Já excursionaram ao
redor do mundo dividindo o palco com Sun Ra Arkestra, Swans, Ben Frost, Zola
Jesus, Deerhoof, Prurient, Matmos, Faust, Grouper, Kid 606, Genesis P Orridge,
Chris Watson, Angelo Badalamenti, entre muitos outros.
Biografias dos artistas que fazem
parte do SHAPE Showcase em ordem alfabética
Andreas Trobollowitsch apresenta:
Hecker
(Crónica/ Áustria)
http://trobollowitsch.hotglue.me/
Andreas Trobollowitsch é um
compositor, performer e artista sonoro com base em Viena, na Áustria. Em suas
obras, utiliza principalmente instrumentos musicais preparados e objetos
modificados, além de tapes, found sounds e field recordings. Recentemente, tem
focado seu trabalho em performances e instalações sonoras, composições
conceituais e desenho. Trobollowitsch já recebeu diversas bolsas em sua
carreira – prêmios vinculados ao Ministério Federal Austríaco da Educação, a
cidade de Viena, o Filmarchiv Áustria Cultural, entre muitos outros. Já se
apresentou e realizou exposições na Áustria, Alemanha, Eslováquia, República
Checa, Polônia, Bélgica, Holanda, França, Portugal, Espanha, Argentina, Chile,
China, México, EUA, Japão e Coréia do Sul.
Seu primeiro álbum solo, Roha, de
2015, é um trabalho de música concreta altamente musical onde melodias
microtonais de radiadores, portas giratórias, engrenagens de moagem e diversos
outros não-instrumentos viram ferramentas de composição e improvisação.
No Novas Frequências,
Trobollowitsch irá apresentar Hecker, uma peça sonora para três lenhadores.
Durante a performance de 20 minutos, pedaços de madeira de comprimentos e pesos
diferentes são cortados de acordo com uma partitura. O ato físico do corte está
ligado ao ato intelectual da leitura e desta forma um processo rural cotidiano
é examinado em termos de sua sonoridade.
Black Zone Myth Chant
(Editions Gravats/ França)
https://blackzonemythchant.bandcamp.com
Black Zone Myth Chant é um dos
muitos projetos deste enigmático e prolífico artista francês conhecido
simplesmente como Max. Misturando jazz, dub e psicodelia afrocêntrica em temas
altamente hipnóticos, os ritmos no BZMC são esticados, distorcidos e disformes,
andando quase sempre em câmera lenta. Já as vozes são incompreensíveis,
repletas de tons de sintetizadores dissonantes.
Segundo o Pitchfork, Black Zone
Myth Chant faz gótico em HD; para a loja Boomkat, o projeto é uma mistura de
Sun Ra, Vox Populi! e DJ Screw. O artista francês também tem produções sob as
alcunhas de High Wolf (Not Not Fun, Leaving Records), Annapurna Illusion e
Kunlun.
Céh
(Brain Fatigue/ Hungria)
www.brainfatigue.bandcamp.com/album/youth-is-impossible
Inicialmente concebido como um
projeto de metal, o duo húngaro Céh, formado por Gábor Kovács (do Új Bála,
outra atração do Novas Frequências) e Raymond Kiss, tomou caminhos
surpreendentes ao longo de sua trajetória, misturando noise, rock, industrial e
techno. Seu primeiro álbum, Youth is Impossible, foi lançado em 2015 pela Brain
Fatigue, uma novíssima rede de suporte coletivo para projetos visuais, verbais
e musicais. A Brain Fatigue publica zines e discos, e opera numa estrutura 100%
DYI.
Gil Delindro apresenta: Voidness of Touch
(Portugal)
http://www.delindro.com
https://soundcloud.com/gildelindro
Artista multidisciplinar
português baseado em Berlim, Gil Delindro trabalha as relações entre ego,
natureza e tecnologia em diversas mídias, sejam elas filme, som, instalações,
performance, teatro ou desenho. Em comum à todas elas, está o fato de trabalhar
com elementos brutos e equipamentos analógicos construídos por ele mesmo,
criando um corpo sonoro extremamente físico, direto e robusto que abrange tanto
um mundo concreto quanto imaginário. Delindro é membro de alguns coletivos –
tanto em seu país de origem (Sonóscopia), quanto na cidade onde mora (Blind
Signal, Srosh Ensemble) –, e teve seu trabalho apresentado em todo o mundo. Já
colaborou com artistas como Raz Mesinai, David Toop e Rie Nakajima.
Para o Novas Frequências, Gil
Delindro irá apresentar “Voidness of Touch”, uma performance em contínua
evolução que se baseia na exploração da matéria enquanto vibração. Não existem
camadas estáticas e a prova disso é em grande parte o som. Todos os elementos
têm uma resposta sonora, mexem-se de forma diferente, agitam-se e denunciam em
si a inexistência de uma dureza - mesmo a mais robusta das pedras agita o ar de
forma particular. As frequências do confronto entre corpos são amplificadas
através do uso de microfones preparados – se o microscópio amplifica o
entendimento pela retina, aqui o sistema de som amplia o entendimento sônico
entre elementos simples com a mesma intenção. “Voidness of Touch” é
simultaneamente musical e escultórico, tenta valorizar uma sensibilidade face
aos materiais orgânicos e questões temporais. Todas as apresentações criam
relações íntimas e distintas, dependentes das matérias utilizadas,
espacialização e período do ano.
J. G. Biberkopf
(Knives/ Lituânia)
https://soundcloud.com/jgb-k
Gediminas Žygus é Jacques Gaspard
Biberkopf, um artista lituano baseado em Berlim que opera entre a música
dançante e a música conceitual, e cujas referencias vão desde os movimentos
existencialistas do século 20 à obra do cineasta Ryan Trecartin, o grime e a
música concreta. Biberkopf também se interessa pela materialidade digital, a
política existente dentro dos clubes, o antropoceno, as qualidades da voz
humana e como as políticas globais determinam como se comportam os ecossistemas
e as arquiteturas e infraestruturas de poder.
Seu próximo trabalho (a ser
lançado em novembro), Ecologies II, foi produzido a partir de experiências
tanto em Vilnius, sua cidade natal, quanto em uma viagem pelas megalópoles do
Sudeste Asiático, o que colaborou para que o artista criasse consciência das
diversas ordens mundiais, dos inúmeros climas e especialmente da densa trama da
matrix de ordem social e política. O album em si é uma grande coleção de
gravações de campo, manipuladas e fundidas por programação digital; espécie de
versão acelerada da musique concrete e de suas técnicas, variando entre uma
total harmonia dos gêneros e uma violenta ruptura.
Julien Desprez apresenta:
Acapulco Redux
(Dark Tree, Coax/ França)
www.juliendesprez.com
Julien nasceu em Paris. Ele foi
auto-didata e aprendeu guitarra sozinho antes de iniciar seus estudos nos
departamentos de música das universidades de Yerres e de Montreux, ganhando o
prêmio “Jazz a la Défense” algumas vezes junto às bandas Radiation 10 e Irène.
Sua grande atividade ao vivo, especialmente na cena de jazz parisiense, o uniu
a Benjamin Flament e a Yann Joussein na fundação em 2008 do COAX Collective,
uma das mais inovadoras cooperativas de música livre do país.
Em 2014, com “Acapulco”, seu
primeiro projeto solo, Julien se estabelece e reafirma sua identidade tanto na
França, como internacionalmente. Baseado nas teorias do filósofo Tristan
Garcia, que desenvolve a ideia de “mundo achatado”, o guitarrista criou um novo
tipo de show, algo entre o concerto e a performance, conectando via MAX MSP:
corpo, som, espaço e luz. A pesquisa artística de Julien se baseia nas
seguintes questões: Como trazer intenções coreográficas à música? Musicalmente,
o que fazer com os movimentos gerados pelos corpos? Como o som reage ao espaço
e à luz durante os concertos? Em suma, como a música pode ser a saída em si?
Assim nasceu a mais nova performance solo de Julien Desprez, “Acapulco Redux”,
em parceira com o cenógrafo e coreógrafo Grégory Edelein.
Mike Rijnierse apresenta Relief
(Holanda)
http://mikerijnierse.nl
Mike Rijnierse é um artista
holandês conhecido por suas grandes instalações site specific em que a publico
é totalmente incorporado ao contexto do trabalho. Suas instalações e
performances são instrumentos em que o diálogo e a interação são desenvolvidos
como base para suas investigações sensoriais, como uma plataforma para
pesquisas interdisciplinares. A relação de espaço e tempo ou a geografia e a
percepção do observador são parâmetros utilizados para o seu desenvolvimento
musical.
“Relief”, instalação que Mike
Rijnierse, que é professor universitário e um grande colaborador do festival
holandês TodaysArt, estreia no Festival Novas Frequências, é sobre o som e como
o som é refletido de acordo com o formato da superfície. A instalação, criada
em parceria com Rob Bothof, consiste em um painel, uma espécie de espelho
sonoro, em que o som é projetado através de caixas direcionais de ultrassom. A
sonoridade projetada na direção do painel faz com que o mesmo o reflita de
maneiras diferentes, de acordo com a relação do posicionamento entre a fonte
sonora e o objeto que o reflete, fazendo com que o público tenha sempre uma
percepção diferente da experiência do trabalho, assim como de sua percepção
auditiva do espaço em si em que o trabalho é apresentado. “Relief” torna-se
então uma escultura de eco, e não mais uma escultura sonora.
Mr. Mitch
(Gobstopper, Planet Mu/ Inglaterra)
www.soundcloud.com/mrmitchmusic
Fundador do selo em ascensão
Gobstopper Records e co-fundador do selo e festa Boxed, o DJ e produtor de
Londres Miles Mitchell, mais conhecido como Mr. Mitch, iniciou sua carreira em
2010, ganhando rapidamente visibilidade e a atenção de todos da cena. Mr. Mitch
tem se colocado no front da cena eletrônica, empurrando a sonoridade do grime e
com isso alcançando novos parâmetros e horizontes. Seu som alterna tracks de
grime tradicional para MC’s (Skepta, P-Money), R&B eletrônico (Katy B) e o
chamado “weightless”, uma etéria mistura de grime, ambient music e percussão
minimalista criada por ele e os produtores Mumdance e Logos.
Atualmente, Mr. Mitch desenvolve
a continuação de seu álbum de estreia Parallel Memories via Planet Mu. E
trabalha a divulgação do projeto Yaroze Dream Suite, uma parceria com o
produtor Yamaneko que funde a sonoridade weightless com sintetizadores antigos
e uma espécie de mood de dia chuvoso, porém idílico.
Sis_Mic apresenta: Les Mondes
(França)
www.pombouvierb.blogspot.com.br
https://vimeo.com/121781926
Sis_Mic (aka Pom Bouvier-b) é uma
compositora eletroacústica francesa que também improvisa e desenvolve
instalações sonoras. Sua música é uma exploração e transformação de materiais
que propõem caminhos sonoros que despertam a relação entre o eu interior e o
mundo à nossa volta. A artista já colaborou com coreógrafos como William Petit
e Mathilde Monfreux, diretores de cinema como François Billaud e músicos como
Cati Delolme-Floy e Krouchi-David Merlo. Teve peças comissionadas pelo Ensemble
Télémaque e pelo Gmem (Centro Nacional de Criação Musical de Marselha).
No Novas Frequências, Sis_Mic vai
apresenta “Les Mondes”, performance em que trabalha com um longo processo
sonoro, em ciclos, que estica os sons até os seus limites. A artista faz uso de
objetos e diferentes materiais naturais combinados ao seu laptop, uma mesa de
som feita por ela mesma, e uma grande caixa de som de feedback. A improvisação
se inicia em partículas e vai, vagarosamente, se transformando em uma espécie
de transe, que sempre gera um resultado diferente de acordo com as
características acústicas e espaciais do local onde ela se apresenta.
Stephen Grew
(FMR Records/ Inglaterra)
https://stephengrew.wordpress.com
Stephen Grew vem tocando piano
totalmente improvisado e teclado eletrônico por mais de 30 anos. Sua música
trabalha com as forças vitais do instrumento, seus sons e sua multiplicidade de
padrões rítmicos, extremos dinâmicos e o que mais um improvisador pode invocar
em seu momento criativo. É considerado um dos pianistas mais dedicados e
criativos da Europa em função de se libertar das restrições de estruturas
harmônicas, melódicas e rítmicas tradicionais. Grew já se apresentou em
diversos países europeus, fez inúmeras tours no Reino Unido, seu país de
origem, e colaborou com diversos músicos, tocando com colegas da cena britânica
de improvisação e veteranos como Evan Parker, Keith Tippett, Howard Riley,
entre outros.
Stine Janvin Motland apresenta: Fake Synthetic
Music
(+3dB Records, Pica Disk/ Noruega)
https://soundcloud.com/sjjm
www.stinesthetics.com
Nascida em Stavanger, na Noruega,
a residente de Berlim Stine Janvin Motland trabalha com música experimental,
som e performance audiovisual. Através de uma diversidade de projetos (In
Labour, The Subjective Frequency Transducer, Native Instrument, Stine II), a
artista explora e questiona as características físicas da voz, a acústica de
seu ambiente interno/externo e novas estratégias performáticas. Com um
interesse especial para as qualidades ambíguas e irreconhecíveis da voz, seu
recente trabalho é focado na imitação e na narrativa abstrata através de
colagens sonoras referentes a uma variedade de gêneros e tradições da música
eletrônica, poesia sonora, arte popular, fauna e linguagem. Ela também se
apresenta como atriz, cantora e possui sua própria companhia teatral, a
Brigitte & Paula Band, além de fazer parte da ópera para bebês Korall
Koral.
No Festival Novas Frequências,
Stine Janvin Motland irá apresentar “Fake Synthetic Music”, performance em que
se propõe a imitar as sequências melódicas de sintetizadores utilizando para
isso a sua própria voz. Um tributo aos pioneiros da música eletrônica e da
“rave desconstruída” do passado e de hoje, “Fake Synthetic Music” é um jogo de
verdadeiro ou falso, psicoacústica e exaustão em alta frequência.
Toxe
(Staycore/ Suécia)
https://soundcloud.com/to-xe
Toxe é uma figura central do
Staycore, coletivo e label baseado em Estocolmo, na Suécia. Esta talentosa e
jovem DJ e produtora de Gotemburgo, de apenas 18 anos, produz faixas que
colidem ritmos pesados contra intrincados detalhes, pintando um quadro bastante
humano e emocional. Presente na cena musical por tão pouco tempo, Toxe já foi
considerada uma produtora a ser observada por veículos especializados como
Noisey, FADER e Dazed, e até o final do ano se aprensenta nos festivais da Red
Bull Music Academy (Paris), Unsound (Cracóvia) e Club To Club (Turin).
Co-fundadora do Sister, uma plataforma online para mulheres na música
eletrônica, suas músicas misturam batidas duras e pesadas, texturas e loops
vocais distorcidos, momentos eufóricos e samples de música pop.
Enigmático, cheio de referências
e evitando conceitos limitantes, o selo sueco Staycore, fundado pelos
produtores Dinamarca e Ghazal, funciona como uma plataforma colaborativa, sem
hierarquias e sem limites sonoros. Abusando da estética pós-internet, o grupo
dá novas leituras à ritmos globais, sendo os favoritos o dancehall, o kuduro e
a soca. Seus colaboradores residem em diversos países, do México ao Uruguai,
passando por Alemanha e Croácia, formando uma rede pós-global. Em junho desde ano,
o elenco principal do Staycore (Toxe, Mobilegirl, Mechatok, Alx9696, Dinamarca
e Ghazal, além do brasileiro Pininga, que também vai tocar no Novas
Frequências) lançou Erelitha, compilação que ganhou o mundo e tornou o Staycore
ainda mais visível aos olhos da cena mundial.
Új Bála
(Brain Fatigue/ Hungria)
www.ujbala.bandcamp.com
Baseado em Budapeste, na Hungria,
Új Bála (Gábor Kovács) constrói ao seu redor uma atmosfera obscura, severa e
especialmente pesada, que se reflete na maneira com que produz o seu techno com
pegada industrial e minimalista. Curiosamente, o artista cita como suas maiores
influências o trabalho de artistas de fora da esfera musical, como o cineasta
Béla Tarr e os pintores Mark Rothko e Anselm Kiefer. Este fato acaba por denunciar
o caráter global do processo de Gábor Kovács, influenciado pela ideia de
matéria e ausência de matéria, independente do universo artístico habitado,
reforçando o seu gosto por melodias inusitadas. Kovács lançou recentemente uma
fita pelo selo de Praga Baba Vanga que exemplifica bem o som descrito acima.
Além de seu projeto eletrônico experimental solo, o produtor húngaro é metade
do duo Céh (que também toca no Novas Frequências).
Ficha Técnica
Chico Dub – curador e diretor
artístico
Chico Dub é curador, produtor
cultural e diretor artístico com foco em música experimental, novas tendências
e música de vanguarda. Além do Novas Frequências, já realizou curadorias para o
Museu de Arte do Rio (MARgem: ciclo de música experimental no MAR, em 2016),
Sónar São Paulo (2012), Festival Eletronika em Belo Horizonte (2013-2015), SESI
Cultura Digital (2014-2015) e Red Bull (2014-2016), além das séries Invasão
Paraense e Invasão Baiana para os CCBBs de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro
(2012, 2014-2015). Em outubro de 2016, assinou a curadoria da exposição de
sound art brasileira Gambiarra Sonora no centro cultural alemão Hellerau, em
Dresden. Em 2014, coordenou o projeto de programação cultural do novo Museu da
Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro. É idealizador e curador da série de
coletâneas Hy Brazil, registro que tem como objetivo mapear e divulgar a nova
produção eletrônica e experimental brasileira. Atualmente, é co-apresentador do
programa de rádio de Portugal Ginga Beat (Red Bull Music Academy Radio/
Vodafone FM).
Tathiana Lopes/ Cardapio de
Ideias Comunicação e Eventos – direção de produção e produção executiva
Fundadora e diretora da Cardápio
de Ideias Comunicação e Eventos, agência de produção e desenvolvimento de
projetos fundada em 2008. Além da realização e direção do Festival Novas
Frequências, é responsável pela produção do Shakespeare Lives, uma série de
eventos realizados pelo British Council para o fomento das artes e troca
cultural entre o Reino Unido e o Brasil que inclui debates, cinema e teatro. É
realizadora e diretora do Festival Mais Performance, que acontece entre
setembro e outubro de 2016 no Oi Futuro Ipanema com exposições, performances,
debates e workshops. Foi responsável pela elaboração e produção da mostra de cinema
ao ar livre Cine Daros no Pátio. Com o artista plástico Vik Muniz, desenvolveu
e produziu o Projeto Paisagem para a Rio+20. Tathiana Lopes é formada em artes,
propaganda e marketing e gestão de negócios.
www.cardapiodeideias.com.br
Sobre o Oi Futuro
O Oi Futuro é o instituto de
responsabilidade social da Oi, que desenvolve e apoia programas e projetos nas
áreas de educação, cultura e sustentabilidade. O Oi Futuro tem um compromisso
com a transformação e com a inclusão social, tendo como missão promover o
desenvolvimento humano por meio das tecnologias da informação e da comunicação.
Desde 2001, suas ações visam democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir
distâncias geográficas e sociais, com especial atenção à população jovem.
Na educação, os programas NAVE e
Oi Kabum! usam as tecnologias da informação e da comunicação, capacitando
jovens para profissões na área digital e criativa, fornecendo conteúdo
pedagógico para a formação de educadores da rede pública e fomentando o
desenvolvimento de modelos inovadores. Já na área cultural, o Oi Futuro mantém
dois espaços culturais no Rio de Janeiro (RJ) e um em Belo Horizonte (MG), com
programação nacional e internacional de qualidade reconhecida e a preços
acessíveis, e o Museu das Telecomunicações nas duas cidades, além de apoiar
festivais e projetos em todas as regiões Brasil por meio do Programa Oi de
Patrocínios Culturais Incentivados.
O programa Oi Novos Brasis
reafirma o compromisso do Instituto no campo da sustentabilidade, com o apoio e
o desenvolvimento de parcerias com organizações sem fins lucrativos para a
viabilização de ideias inovadoras que utilizem a tecnologia da informação e
comunicação para acelerar o desenvolvimento humano. O esporte completa o seu
escopo de atuação apoiando projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao
Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos
projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal. www.oifuturo.org.br