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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Dragão do Mar] Programação cultural de março de 2016

FUNCIONAMENTO DO DRAGÃO DO MAR

// Geral: de segunda a quinta, das 8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. // Bilheterias: de terça a domingo, das 14h às 20h.
// Cinema do Dragão-Fundação Joaquim Nabuco: de terça a domingo, das 14h às 22h.
// Museus e Multigaleria: terça a sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.

// Atenção: às segundas-feiras, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus, Multigaleria nem bilheterias.

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► Teatro da Terça [Temporada de Arte Cearense]
Máquina Fatzer – Diga que você está de acordo!
Teatro Máquina

"Diga que você está de acordo!" parte dos fragmentos do Fatzer de Brecht, escritos entre 1926 e 1931.  A fábula brechtiana se passa na I Guerra Mundial: quatro soldados alemães desertores se veem confinados na casa de um deles. Os quatro tentam chegar a um consenso para cada decisão, em paródia à formação dos sovietes. Entre as figuras, Fatzer é o egoísta. Na montagem do Teatro Máquina, o grupo se desafia a enfrentar o material textual inacabado e desenvolver uma dramaturgia da cena, explorando a guerra como situação motriz para improvisar e descobrir como a linguagem e o tempo do teatro podem expressar os extremos da espera, da violência e da comunicação. Na encenação de sua MÁQUINAFATZER, o grupo dá forma ao fragmento em tensão, repetição, engajamento físico e na construção/destituição de uma língua inventada. O espetáculo explora a potência do tempo presente em criação de ação contínua, transfigurando os fantasmas do passado e do futuro no agora da representação.

Dia 1º de março de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia).


► Debate com Ginga
Realização: Grupo Capoeira Brasil
Debates sobre temas fundamentais a organizações sociais e de cultura popular são tratados nos encontros mensais.

Dia 2 de março de 2016, às 19h, no Auditório. Gratuito.


► O Sagrado e o Profano – As vozes de uma cidade [III Mostra de Artes Porto Iracema]
Coletivo Atuantes em Cena
A relação entre o sagrado e o profano na cidade de Juazeiro do Norte é o centro deste experimento, que traz um olhar para os fenômenos religiosos e suas manifestações sociais. O grupo visa ressignificar os sons produzidos pela cidade, gerando um trabalho corporal do ator por meio dessas sonoridades e do jogo. O experimento é resultado de um projeto de pesquisa e criação que integra a edição 2015 do Laboratório de Pesquisa Teatral do Porto Iracema das Artes.

Dia 2 de março, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. Livre.


► Quinta com Dança Experimental [Temporada de Arte Cearense]
Nácar
Victória Andrade e Tamires Sales
Duas. Saia que se faz vestir corpo. Em Nácar, aparece a investigação das formas de se mostrar do escondido. Um embate entre as imagens, os desejos e as dúvidas de duas mulheres imersas na textura de suas saias.


► Quinta com Dança [Temporada de Arte Cearense]
O Mais Profundo é a Pele
OMÌ Cia de Dança
O espetáculo se inspira nos dilúvios sensoriais provocados pelo toque na pele do outro, transcendendo o físico e chegando a questões nada puras. O trabalho cênico surgiu impulsionado pelos questionamentos do próprio diretor, Éder Soares, sobre um distúrbio na pele, chamado Dermografismo, que causa alergia na pele após ser tocado. Assim, como a arte se alimenta deste universo de questões e sensações chamado de Contato Físico?

Dias 3, 10, 17 e 24 de março de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.
  

► Novo Som [Temporada de Arte Cearense]
Com Ilya em Doce Náufrago e Raveo
O programa Novo Som apresenta shows de artistas que começam a marcar presença no cenário local. Nesta edição, com Ilya em Doce Náufrago e Raveo.

Ilya em Doce Náufrago
Nessa estrada musical, muitas enchentes e lisergia naufragaram anseios e aspirações. Estar à deriva permite descobertas e encontros de caminhos e desfrutes a cada instante. Em uma canoa voadora, agora aliada aos Tripulantes da Sabiabarca – Carlos Hardy, Diego Ramires, Aderui Jr e Ernesto Cartaxo, Ilya convida você a um banho de mar hipnotizados pelo canto e sons experimentais em um repertório que passeia por estilos do cancioneiro popular.


Raveo – Show Baile Batuque
Raveo atua na cena musical do Ceará e da Bahia há oito anos e, nos últimos anos, dedica-se à carreira solo. Faz parte dos grupos Maracatu Solar (CE) e Rimos de Batuque (CE), cantando e tocando percussão. Em 2015, lançou um EP homônimo, em fevereiro, na cidade de Salvador (BA); e, em abril, em Fortaleza (CE). O EP tem quatro músicas inéditas, uma regravação e dois remixes. O álbum é formado por composições de Raveo e seus parceiros musicais, compondo um repertório variado que mescla maracatu, rock, reggae, samba reggae e ijexá com música eletrônica. Neste show, Raveo traz o repertório de seu EP e outras canções.

Dia 4 de março de 2016, às 20h, no Espaço Rogaciano Leite Filho. Gratuito.



► Teatro Infantil [Temporada de Arte Cearense]
Alice e o País das Maravilhas
Teatro Plural

Trata-se da história de uma menina que mora num apartamento de classe média de uma grande cidade do Brasil e de cuja janela ela avista um bosque. Em casa, Alice é cercada de cuidados extremos dos pais temerosos da violência e das más influências que ela pode sofrer do mundo moderno.

Sentindo-se muito sozinha, a menina descobre no coelho de pelúcia e nos aparelhos eletrodomésticos da casa, os amigos, criando uma personalidade para cada um deles. O computador a leva a um mundo virtual encantado, onde ela descobre as cartas do baralho de tarô.

O final surpreende pela delicadeza e sensibilidade com que Alice compreende o amor de seus pais por ela e o seu estado de filha e criança.
De forma lúdica e muito bem humorada, cenas e conflitos são propostos, levando à reflexão de temas como: solidão, incompreensão, relações familiares, violência e até a diferenciação entre o real e o virtual.

Dias 5, 12, 19 e 26 de março de 2016, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.


► Brincando e Pintando no Dragão do Mar

Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Além de brincadeiras e atividades infantis sob orientação de monitores, tem ainda Oficina Jogo de Palhaço, com o Grupo Garajal, e o espetáculo Os Palhaços, Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho, da Cia Camarim.

Sinopse do espetáculo

Uma divertida viagem pelas histórias de Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho. Abacate e Banana usam de suas criatividades bufonescas para contar, cantar e representar esses dois clássicos da literatura universal, um desejo profundo de utilizar a criatividade para criar e divertir, vendo o mundo de maneira lúdica e pedagógica onde a fantasia será o pontapé inicial para a diversão.

Dia 6 de março de 2016, das 16h às 19h, na Praça Verde. Gratuito.

► Lançamento da instalação Resquícios de um Povo Sobre o Mar
 [Temporada de Arte Cearense]
Artista Ruy Aurélio – Curadoria de Eduardo Bruno

A instalação surge a partir de uma inquietude artística e arquitetônica acerca das ocupações dos espaços urbanos. Nessa perspectiva, foi realizado um estudo “site specific” do Dragão do Mar e seus entornos como o objetivo de pensar os modos poéticos de se intervir politicamente na paisagem. Assim, a instalação propõe um resgate memorial e afetivo com a comunidade do Poço da Draga por meio da instalação de barquinhos e garrafinhas-invólucros dos fragmentos de histórias e depoimentos dos moradores da comunidade/adjacências. Para tal, o interlocutor é convidado a relacionar-se com o trabalho e, assim, mergulhar em uma comunidade que conta suas visões acerca da cidade e do mar.

Dia 6 de março de 2016, às 17h, no Espelho D'Água. Visitação livre de 7 de março a 5 de abril de 2016. Gratuito.


► Teatro da Terça [Temporada de Arte Cearense]
Bando de Pássaros Gordos
Direção: Andréia Pires

Entre um encontro de degustação e o ensaio de uma banda fantástica, seis atores inventam um mundo de impulsos. Um mundo em que cada palavra dita e cada olhar têm apenas um significado. Cada toque não tem passado nem futuro, cada beijo é um beijo desconhecido. A peça só existe num tempo surreal.

FICHA TÉCNICA
Direção: Andréia Pires
Elenco: Bruna Pessoa, Lucas Galvino, Gabriella Ribeiro, Rodrigo Ferrera, Leonardo William e Thiago Andrade
Texto: Produção Colaborativa
Sonoplastia (Bateria): Pepeu
Fotografia: Fernando Maia
Iluminação: Andréia Pires
Técnica: Pedro Henrique
Desenhos : Thiago Beck
Preparação Vocal: Ari Sousa
Produção Executiva: Thiago Andrade
Produção em Cena: Marcos Paulo

Dias 8, 15, 22 e 29 de março de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). 12 anos.

► Golpe de Vista #15
Ciclo mensal de conversas sobre fotografia traz um tema a cada edição e convidados do meio para palestras, além de oficinas gratuitas no sábado seguinte ao encontro. Nesta edição, “Tons de Cinza: A fotografia preto e branco cearense”.

Dia 9 de março de 2016, às 19h, no Auditório. Gratuito.

Oficina Golpe de Vista #15
O ciclo mensal de conversas sobre fotografia oferece oficina sobre o tema “Tons de Cinza: A fotografia preto e branco cearense”.
Dia 12 de março de 2016, das 14h às 16h, no Auditório. Gratuito.

Contatos: golpedevista.fotoclube@gmail.com / barbosa.eden@gmail.com / 988363715 - oi (Eden Barbosa) / 998630499 – tim
  


► Os Miseráveis
Grupo Formosura


PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

O Grupo Formosura se propôs a estudar e encenar Os Miseráveis, de Victor Hugo, desejando também aprofundar sua investigação sobre o boneco geminado. O experimento que se apresenta aqui, fragmento do espetáculo em construção, traz o desafio de aliar a técnica do boneco geminado a uma narrativa extensa, pois este tipo de boneco exige a síntese da dramaturgia falada, para que as imagens possam surgir em sua potência. Para os atores, o grande desafio dessa pesquisa é o de se permitir ser complemento do boneco, treinando um corpo maleável e ao mesmo tempo submetido à estética do geminado.

Dia 9 de março de 2016, às 19h, no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. 12 anos.


► Abertura da exposição Estratégias Volume 1 de Botas Domício [Temporada de Arte Cearense]
Mais informações em breve.

Dia 10 de março de 2016, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE). Visitação de 11 de março a 17 de abril de 2016. Gratuito.


► Irmão Por Meia Hora – Comédias de um Mestre
Trupe Rebimboca com Pimenta


Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Uma carta, uma proposta irrecusável de casamento e o azar do palhaço. O palhaço Pimenta vai armar todo tipo de situação para casar a irmã do mestre com um milionário. O problema é que a irmã viajou para longe. Uma sensacional comédia para rir do começo até o fim.

Dias 12 e 13 de março de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. 12 anos.


► Brincando e Pintando no Dragão do Mar


Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Além de brincadeiras e atividades infantis sob orientação de monitores, tem ainda Oficina de Malabares, com o Grupo Garajal, e o espetáculo Tiquinho de Nada, do Circo Lúdico Experimental (CLÊ).

Sinopse Tiquinho de Nada
A Clown NADA perambula pelas ruas em mais um dia de labuta. De repente, vislumbra o espaço ideal para mais um de seus shows de artes de rua. O dia passa... Vai arrumando sua praça numa trapalhada daquelas. Até que então, no derradeiro tempo, no rush do centro, no desmonte da banca do feirante, no recolher da tralha ambulante, no avexo das sacolas pendulando pelos joelhos,
tudo para, a fim de que finalmente Nada faça seu espetáculo. Terminado, Nada vê a noite vindo e ela brinca com as sacolas vadias, reluzentes ao luar, abandonadas ao vento, a dançar. Um tiquinho de Nada existente há cinco anos.

Dia 13 de março de 2016, das 16h às 19h, na Praça Verde. Gratuito.      


► Fuxico no Dragão
Especial Fuxico do Vinil

Uma vez ao mês, o Fuxico no Dragão será tomado pela Feira do Vinil, comandada pelo DJ Alan Morais. Da primeira edição em maio de 2013 até hoje, já foram 27 edições no Kukukaya. Agora, a feira ocupará o Dragão do Mar, ganhando o nome de Fuxico do Vinil. A feira reúne além dos vinis, objetos relacionados, como equipamentos de som, artesanato e vestuário.

Dia 13 de março de 2016, das 16h às 20h, na Arena Dragão do Mar. Gratuito.


► Sax in Cena [Circuito de Música Erudita]
Primeiro quarteto de saxofones profissional do Ceará, o grupo Sax in Cena apresenta obras de compositores franceses e peças de Alberto Nepomuceno.

Dia 13 de março de 2016, às 18h, no Auditório. Ingressos: R$ 4 e R$ 2 (meia).



► Noite das Estrelas
Todos os meses, sempre nas noites de Quarto Crescente Lunar, o planetário disponibiliza telescópios ao público em geral para observação astronômica de Crateras da Lua, Planetas, Nebulosas etc.

Dias 15 e 16 de março de 2016, às 19h, em frente ao Planetário. Gratuito.
  

► Comer Querer Ver
Outro Grupo de Teatro


PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Apresenta forma, cores, texturas, gostos e tudo que esteja à vista no primeiro olhar como em um cartão de visitas. A montagem traz quatro estórias sobre conflitos do homem contemporâneo consigo mesmo, cotidianamente, e com o próximo, em seus relacionamentos. A peça lança mão da homoafetividade como pano de fundo para estabelecer sua trama e é uma comédia sobre a instabilidade humana.

Dia 16 de março de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. 12 anos.


► Espetáculo dos Sonhos
Mágico Goldini


PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

O show mostra uma performance bem variada de efeitos mágicos, capaz de despertar o interesse do público de todas as idades. O show vai além do entretenimento: suspense, muita interatividade, efeitos visuais e uma boa dose de humor são ingredientes para criar momentos mágicos inesquecíveis e despertar sonhos.

Dias 19 e 20 de março, às 19h, no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. Livre.


► Polifonias [Temporada de Arte Cearense]
Com Breculê e Gabriel Yang
Programa da Temporada de Arte Cearense, o Polifonias apresenta, na mesma noite, dois shows de artistas da cidade. Nesta edição, as harmonias dissonantes e sobreposições rítmicas da banda Breculê e o show “Poeira”, do guitarrista e vocalista de rock e blues Gabriel Yang.

Breculê
De 2010 para cá, ano em que foi lançado o primeiro disco da banda, intitulado Vidas Volantes, muita história compõe a trajetória do Breculê. Em 2015, a banda começa a dar forma e a se empenhar para a produção de seu novo trabalho, Anamorphosis, que promete composições tão fascinantes quanto as do primeiro álbum.

Enquanto dá novos contornos ao seu trabalho, a banda apresenta novamente em Fortaleza o show que reúne composições do álbum Vidas Volantes, do projeto Inventário de Segredos, com poemas musicados do livro da escritora Socorro Acioli, e faz uma prévia do que vem por aí com Anamorphosis ao apresentar também canções inéditas. Dessa forma, o show traz ao público de Fortaleza um panorama da produção musical do Breculê nos últimos anos.

O Breculê desenvolve um trabalho dedicado à música brasileira, em sua diversidade instrumental, rítmica, harmônica e poética, com composições transversadas em uma linha contemporânea de experiência criativa. Criado em 2007, o grupo se pauta pelo som de seu duo de violões, baixo, bateria e trompete, contando neste show com a formação de um time de metais para trafegar com pressão entre harmonias dissonantes e sobreposições rítmicas, explorando timbres e combinações instrumentais, que resultam em belas composições e arranjos ousados.


Gabriel Yang – Show Poeira
Artista independente, guitarrista e vocalista da banda de rock Jardim de Ferro, Gabriel Yang ergue a bandeira do “faça você mesmo” e desponta em 2015 com seu primeiro disco solo intitulado Poeira. Fazendo o uso de guitarras rústicas de fabricação própria, utilizando diversos materiais reciclados e obtendo uma sonoridade peculiar, o disco mescla rock, blues e ainda resgata traços da sonoridade nordestina, flertando com baião, maracatu e repente.

Dia 19 de março de 2016, às 20h, no Anfiteatro. Gratuito.



► Clarice Falcão [show]

Quando conversei com Clarice Falcão pela primeira vez, o assunto era “Monomania” (2013), o álbum de estreia da cantora, compositora, escritora, atriz e roteirista pernambucana lançado poucos meses antes. Aquele era um trabalho bem fora do padrão, pois tinha sido criado sob os olhos do público, na frente da câmera, com repertório já consagrado em uma série memorável de vídeos em plano-sequência, hits absolutos na internet. Quem comprou o CD físico na loja sabia muito bem o que estava levando pra casa e já adorava aquelas faixas antes mesmo de passar pela fila do caixa. Nasceu um tiro certo, sem chance de falha. Talvez por isso mesmo, minha curiosidade naquela conversa inicial pulava dez casinhas adiante e tentava investigar qual seria o próximo passo. Quem seria a Clarice do segundo álbum? Será que suas canções seguiriam como roteiros com começo, meio e fim, misturando crônica de costumes, cinema existencial, quadrinhos e sitcom, naquela mesma linguagem que se tornou uma assinatura tão intransferível? Será que também testaria o novo repertório com vídeos? E a personagem que iluminava as canções antigas, será que continuaria tropeçando no amor, obcecada pelo amado, perdida entre o mundo real aquele que ela queria que fosse? Em suma, com quais armas Clarice lutaria contra o acerto absoluto que foi seu primeiro disco, já que seguir fazendo música depende de jogar fora toda manhã o que foi conquistado no dia anterior? Todas as respostas chegam agora, três anos depois, nas 14 faixas de “Problema Meu”.

Pra começar a conversa, é preciso contar que a personagem principal das canções inverteu o jogo a favor dela e já não sofre mais. Ao contrário, ri da cara daquele homem tolo que acreditou que o amor descompensado que ele recebia valia alguma coisa. “Só de pensar que cê pensou que era sério, falando sério, eu quero rir.” Na real, ela gosta dele “como quem gosta de um vídeo no Youtube de alguém cantando mal”, “de um perfil no Facebook que usa foto de casal”, Clarice afirma já na faixa de abertura do disco, “Irônico”. E a ideia parece ser essa: olhar “Monomania” pelo espelho e ver a mesma história acontecer outra vez, mas do avesso, como um tipo de amor dando errado ao contrário, uma vingança a que todos temos direito, ou achamos que temos nesses momentos possível volta por cima. Se a menina de “Monomania” fingia não se lembrar mais do namorado que lhe deu um pé em “Eu Esqueci Você” (“E se um dia eu te ligar de madrugada em desespero é engano”), a de “Problema Meu” deixa claro, em “Eu Escolhi Você”, que só ficou com o rapaz porque não tinha outra opção, pelo menos “até um outro aparecer” (“Na minha vida já existiram/ 50 opções de amor/ 49 desistiram/ E você foi o que sobrou”). Em “Deve Ter Sido Eu”, do disco novo, ela já não sabe mais “a placa do seu carro”, ao contrário da obsessiva de “Macaé”, do trabalho de estreia, que já decorou “seu RG só pra se precisar”. E se antes ela pedia coisas do tipo “me deixa ser o suporte que segura a tela plana da sua sala no lugar” (“Qualquer Negócio”), agora ela diz que nasceu “pessoa, gente, eu não nasci coisa, não me espere aí na sua estante” (“Eu Sou Problema Meu”). Bem, dá pra notar logo que, mesmo trabalhando pelo espelho, Clarice Falcão mantém seu estilo intacto. Como também aprofunda aquela ironia finíssima que até confundiu muita gente no passado, que ouvia em suas canções rompantes de “fofura” que nunca existiram de fato. Agora que a casa caiu e o ponto de vista da personagem virou, fica bem claro o quão redutor era esse rótulo, aliás.

Há recaídas, claro. Tirada do baú não gravado em “Monomania”, “Se Esse Bar” segue o espírito da menina de antes, com aquela voz de esperança que nunca morre pedindo ao garçom que não feche o bar, coitada: “Eu sei que eu marquei às dez/ E eu sei que já são seis/ Mas vai que ele se atrasou e quando ele chega eu já fui/ E a culpa é de vocês”. Outro exemplo é a metalinguística “Duet”, também antiga, do tempo em que Clarice Falcão compunha apenas em inglês. A voz tristonha conta que aquela música foi composta pra ser cantada em um dueto, mas como o rapaz foi embora, ela vai ter que dar conta de fazer as duas vozes com uma garganta só. “Vinheta” é uma pegadinha, pois apenas finge outra recaída assim. Começa com a garota ansiosa ao lado de um telefone que não toca, esperando um email que não vem. Mas, em seguida, ela tem um surto de autoestima e conclui (“deseja” talvez seja o verbo melhor) que só pode ter acontecido alguma coisa: talvez tenha sido “atropelado e levantou cambaleante e deu de cara com um poste e quebrou 14 dentes e aí foi assaltado por três caras gigantescos e na hora de sair foi atropelado novamente e acordou com amnésia e num hospital distante”. Se não me liga no segundo dia é porque morreu, claro.

Nem tudo em “Problema Meu”, no entanto, foi construído com a intenção de desmentir (ou reiterar) o passado. Algumas faixas foram escolhidas em outras fontes e por razões estritamente estéticas, segundo afirma Kassin, produtor musical do álbum. Entre elas está “I’ll Fly with You”, pescada pela cantora entre os greatest hits de sua adolescência principalmente pela beleza da melodia. A canção, lançada pelo DJ italiano Gigi d’Agostino em 2000, perde a batida electropop dançante da versão original pra se tornar uma balada melancólica. Outro caso assim é “Banho de Piscina”, que veio do baú do pai de Clarice, o diretor e roteirista João Falcão. Deliciosamente rancorosa, a música foi escrita por ele quando tinha a idade que a filha tem agora, talvez ainda um pouco antes. Os versos dizem coisas como: “Eu quero ver você/ Numa piscina de óleo fervendo/ Pedindo socorro e eu te oferecendo/ Uma dose de rum pra você se esquentar”. Já a última das faixas de “Problema Meu” assinada por outros compositores, “A Volta do Mecenas”, de Matheus Torreão, abre o leque temático, lembrando que nem todos os problemas dessa vida são derivados do cotidiano amoroso: “A cada nova década aumenta a decadência/ E quem é que toma as divinas providências/ Eu não tenho pressa, mas me falta paciência”.

As três canções alheias ampliam a área de atuação de Clarice Falcão como artista. Mas não há dúvidas que é o repertório autoral que dá o brilho e a identidade tão peculiar de “Problema Meu”. “Vagabunda”, a mais surpreendente entre todas as canções do disco, foi inspirada em caso real. Clarice ouviu a história de um amigo, cujo pai tinha outra família fora do casamento. Quando a mãe descobriu a situação, convidou a amante do marido pra um jantar. Entenderam-se muito bem, as duas. E, na hora de pagar a conta, a esposa oficial puxou o cartão de crédito: “Pode deixar que essa ele vai ter que pagar pra gente”. O discurso em versos esculpido por Clarice escapa tanto do lugar comum que nos leva às melhores letras de Odair José: “Toma um chope comigo, vagabunda, que eu seu a vagabunda que eu sou/ Repara que conexão profunda de ter compartilhado um mesmo amor”. A autora diz que a letra é também uma reação à cultura do recalque que domina o pop brasileiro (aquela que deseja às inimigas vida longa etc.). Clarice reverte e transcende o papel da “outra” em seu roteiro: “Me dá seu telefone, inimiga/ Que é só você que vai compreender/ Aquela agonia na barriga/ Me liga que eu tô que nem você”.

A presença de Kassin foi fundamental pra dar diversidade musical ao disco. Se “Monomania” era quase todo acústico e monocromático, sem grandes ondulações rítmicas, “Problema Meu” é um furacão de gêneros. Há rock (“Volta do Mecenas”), brega (“Banho de Piscina”), folk (“Clarice”), balada (“I’ll Fly with You”), bossa nova (“Duet”), disco music (“Era uma Vez”) e muito mais. A banda arregimentada por ele junta dois meninos talentosos da nova geração carioca: Diogo Strauss (guitarra, baixo, violão) e Danilo Andrade (teclados). O próprio Kassin toca alguns baixos e a maior parte das baterias é do português Fred Ferreira, conhecido de nós brasileiros por integrar a Banda do Mar. Os arranjos de metais foram feitos por Alberto Continentino e os de cordas, por Sean O’Hagan.

Ainda sobre diversidade musical, o disco termina com a (suposta) autocrítica “Clarice”. E o “suposta” fica entre parênteses porque, como sabemos, estamos em um terreno banhado em ironia, numa sala de espelhos que embaralha passado e presente, real e imaginário, nós mesmos e os outros. E talvez essa seja só uma resposta da artista a quem, nos últimos tempos, criticou a simplicidade de suas composições. “Clarice, sempre os mesmos três acordes/ Olha, um si bemol não morde/ Não precisa poupar dedo/ É medo de gastar.” É um belo toque em quem ainda não entendeu a faceta mais exuberante de Clarice Falcão: erguer em três acordes a vida inteira dos seus personagens, compor narrativas surpreendentes sem lançar mão de mais do que o necessário, como me definiu outro dia o mestre da canção Luiz Tatit, outro criador de personagens igualmente atrapalhados no amor, que também nunca são condenados por ele à mediocridade simplista do final feliz ou infeliz. Nisso, vejo um parentesco entre ele e Clarice. Tatit também vê, ele me disse. E, reforçou, o número de acordes jamais determinou grandeza em música popular.

Escrevendo isso agora, eu me lembrei também da definição que Tom Zé sempre dá à própria produção. Por não ser um músico exuberante (ele gosta de fingir que não é), entende que seu melhor caminho é pegar o ouvinte pelo cognitivo, não pelo contemplativo. Ou seja: em vez de se apoiar em melodias e harmonias ultraelaboradas que atinjam o espírito de quem escuta com uma flecha, suas canções criam histórias que pescam os ouvidos pelo cérebro, jogando anzóis pela via da identificação, pelo que todos nós reconhecemos nelas como reflexo de nossas vidas. E, vamos confessar, todos nós já estivemos perto de situações como as que Clarice descreve em suas canções. Já fomos aquela figura que fica “só mais um pouquinho” no bar esperando alguém que nunca virá. Mesmo que muitas vezes tenhamos arrumado um jeito de disfarçar esse ridículo até de nós mesmos. Vivendo as mesmas histórias outra vez, mas viradas do avesso através de um espelho, por exemplo.

MARCUS PRETO
janeiro de 2016

Dia 19 de março de 2016, às 21h, na Praça Verde. Ingressos Pista – Lote 1: R$ 60 e R$ 30 (meia) | Ingressos Front – Lote 2: R$ 120 e R$ 60 (meia)


► Brincando e Pintando no Dragão do Mar


Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Além de brincadeiras e atividades infantis sob orientação de monitores, tem ainda Oficina de Brinquedos Reciclados e a Trupe do Palhaço Baratinha.

Dia 20 de março de 2016, das 16h às 19h, na Praça Verde. Gratuito.


► Fuxico no Dragão
Com Sarau no Fuxico e Feira Índice
Uma feirinha com vinte expositores de produtos criativos agitam as tardes de domingo. Esta edição traz ainda a Feira Índice, com editoras e autores independentes, e um sarau literário.

Dia 20 de março de 2016, das 16h às 20h, na Arena Dragão do Mar. Gratuito.

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