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domingo, 13 de junho de 2010

[Moda] VITORINO CAMPOS

Entropia – Inverno 2010
“A mulher que controla o tempo” é o tema do Inverno 2010 de Vitorino Campos


“Quando a luz se confunde com a noite e a passagem do inverno para a primavera não risca mais sobre o limiar da diferença, os ponteiros do relógio são amansados. O antes imponderável abre mão de sua estrutura funcional para uma vivência ilusória. Em uma rotação expansiva, os olhos dominam novos alcances. Em solo de fumaça densa e desordenada já não se embevece com a dilatação do tempo. Sonhos reais almejam a eternidade.

Em um mundo que pode estar tão rápido, tão rápido, somente alguns de nós conseguem vislumbrar, por uma fração de segundos, a luz. Mas é preciso agüentar o frio extremo, o silêncio e o escuro para vê-la. Cruel é a certeza do saber que este momento não poderá ser eternizado. Por mais que se tente contê-lo, ele se desvanecerá nessa alucinação gélida, pois somos humanos. Acreditamos poder parar o tempo. Na verdade, ele só desacelera para nos contemplar um instante, um fluxo, um filete, um cristal... Numa constelação!
Tudo é tão rápido...”

A COLEÇÃO

A angústia de viver na desordem em busca da ordem é o que define a mulher de Vitorino Campos para o seu Inverno 2010. Totalmente atual, ela se depara com a velocidade da vida, dos processos pessoais e coletivos de evolução, das cidades, da informação. Tudo que parece tão contemporâneo foi previsto cientificamente ainda no século XIX: um grau de desorganização da matéria ou, em palavras simples, a energia que não pode ser transformada em trabalho. Para aliviar um pouco a sensação de que nada pode ser feito num mundo que gira nessa velocidade insana, a mulher de entropia recebe o dom de acalmar os ponteiros do relógio e, assim, conseguir observar e vivenciar melhor cada detalhe da vida. “Pode parecer um pouco fantasioso, mas cada um de nos pode encontrar as próprias maneiras de fazer isso”, explica o estilista, reforçando sua tradição de desenvolver coleções que falam de inquietações cotidianas da alma humana. E conclui: “Não é uma questão de querermos ser deuses, mas, ao contrário, de admitir limites e buscar a melhor maneira de lidar com eles.”
Nessa estação, o tema musical que inspira a criação de Vitorino Campos é Ice Dance, composta por Danny Elfman especialmente para o clássico contemporâneo Edward Mãos de Tesoura (1990), do cineasta norte americano Tim Burton. O filme, ícone da criação fantasiosa traduzindo a emoção humana, marcou a infância do estilista, assim como a da maioria das crianças da época. Dali saíram materiais, cores, formas e cenários que pareciam ter sido criados para essa mulher que se confronta com o tempo. O resultado não poderia ser melhor. Um conjunto de 21 peças-chave que consegue, com harmonia, falar de angústia e tranqüilidade. Por isso mesmo, o forte investimento na dicotomia preto e branco, além de cores que variam do magenta forte aos pasteis mais suaves. “Mulheres não mudam de humor por estações, mas por dia. Faço tudo para que minha roupa tenha algo a dizer a elas diariamente, o ano todo”, analisa o estilista.
Tecidos nobres já fazem parte do estilo da marca Vitorino Campos, que mais uma vez levou às mesas de corte o linho, os brocados, a seda pura e o shantung. Entretanto, duas novidades prometem agradar ainda mais lojistas e compradores finais. Uma delas é o lançamento da primeira estampa exclusiva da marca.
Desenvolvida pelo próprio estilista, “Lufadas da Noite” mistura elementos do espaço com a aurora boreal estampados sobre seda mista com viscose e cupro. O tecido foi produzido em dois tons: um inclinado para os azuis e roxos, e outro para os corais.
A segunda novidade é a utilização da seda tramada com filamentos de metal. O tecido nano tecnológico tem uma estética estruturada, mas não provoca qualquer tipo de desconforto à pele. “Me apaixonei pelo material assim que vi, mas só coloquei na produção depois de fazer os testes e comprovar que não seria um modernismo incômodo”, explica Vitorino.
Nas formas, o estilista é fiel ao feminino repetindo as cinturas bem marcadas, saias tulipa sem aderência em excesso, comprimento na altura dos joelhos e alguns modelos em linha A, de corte enviesado, que favorecem mulheres com todo tipo de corpo. Em várias peças, a modelagem clássica é complementada por recortes, debruns e até pequenos pontos que, em conjunto, transformam básicos em únicos.







O ESTILISTA

Em 2008, Vitorino Campos era a grande aposta da moda baiana. Hoje, aos 22 anos, é uma certeza. Depois de vencer um pequeno concurso local, alçou o primeiro lugar entre os Novos Talentos do Barra Fashion Bahia e em seguida foi selecionado para representar o estado no Rio Moda Hype. O primeiro desfile fora do estado Natal rendeu comentários animadores de nomes do meio, como Iesa Rodrigues e Lilian Pacce, e a nova carreira deslanchou em ritmos não imaginados.
Entre os bons acontecimentos da carreira de Vitorino Campos esteve sempre, além do talento nato, o fato de estar nos lugares certos, nas horas certas, e cercado pelas pessoas certas. Uma delas foi a promoter baiana Licia Fabio, que circula com fluidez nos meios badalados de todo o Brasil. Num jantar oferecido ao publicitário Nizan Guanaes, Licia resolveu presentear a primeira dama da noite, Donata Meireles (então coordenadora de estilo da Daslu), com um vestido assinado por Vitorino. O presente causou frisson e acabou sendo escolhido pela agora consultora independente para um importante jantar em Nova York. Em entrevista à revista Wish Report de fevereiro, numa matéria de página dupla que fala do estilista como o “it name” da moda baiana, Donata o denomina “um novo Balenciaga”. Vindo de quem vem, é comentário a se considerar com apuro.
Mas nem só de glamour, e talvez muito menos dele, se dá o sucesso de um criador de moda. É preciso gerar negócios, e nisso o jovem criador também não perdeu tempo. A primeira coleção a chegar às lojas foi Antagonia/Inverno 2009, recheada dos tecidos nobres e execução inovadora que o revelaram na passarela do Barra Fashion. Algumas peças foram compradas no croqui, antes mesmo de serem vistas prontas.
Desde então, os pedidos não param de chegar. Em Salvador, a euforia inicial das multimarcas querendo a grife foi contida e hoje as peças estão disponíveis apenas nas luxuosas Galpão de Estilo e Clube Domizio, além dos desenvolvimentos sob medida. Fora estes, há apenas mais um ponto de venda em Recife e outro em Brasília. Falta de oportunidades? Nada disso. A fidelidade a uma produção com os rigores do luxo, que
só agora permite o atendimento de novos clientes de “atacado”, por assim dizer, que serão definidos na próxima edição do Fashion Business (Rio),em maio.
Mesmo com o sucesso comercial da marca, que no segundo semestre deve levar às lojas sua primeira coleção de camisaria masculina, Vitorino insiste em desfiles que são pra lá de “fashion shows” e explica que é nesses momentos que consegue mostrar às mulheres que elas foram, sim, feitas para se vestirem com rainhas. Para sua estreia no Dragão Fashion, em Fortaleza (CE), o designer finaliza os detalhes da coleção Entropia/Inverno 2010, que fala sobre a capacidade que cada mulher tem de amansar os ponteiros do
relógio e fazerem as coisas no seu próprio tempo.
“Quando a luz se confunde com a noite e a passagem do inverno para a primavera não risca mais sobre o limiar da diferença, os ponteiros do relógio são amansados. O antes imponderável abre mão de sua estrutura funcional para uma vivência ilusória. Em uma rotação expansiva, os olhos dominam novos alcances. Em solo de fumaça densa e desordenada já não se embevece com a dilatação do tempo. Sonhos reais almejam a eternidade.

Mais informações
www.ecletique.com.br
Ana Carolina Araújo
71 3013.1020| 8723.7643
www.vitorinocampos.com.br

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