Coberturas – Artes – Lançamentos – Frontstage – Backstage – Tecnologia – Coluna Social – Eventos – Happy Hour – Coquetel – Coffee Break – Palestras – Briefing – Desfiles – Moda – Feiras – Chás – Fotos – Exposições – Assessoria de Imprensa e Comunicação Nacional

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

[EXPEDIÇÕES] O Heitor Villa-Lobos de Zelito Viana - Por Jean Claude


Está sem opção para assistir um bom filme? Dou-te uma dica que guardei no meu Diário de Expedições! É sem dúvida, uma grande obra do cinema brasileiro. Pois, é! Depois do cinema novo, das pornochanchadas, fracassos, verbas curtas, milhares de tentativas, a película feita e produzida no Brasil, começa a desbancar muitos filmes.
E O importante é que o cinema brasileiro sobrevive ainda, apesar de não possuir investimentos absurdos e megas produções. Escolhi mais um filme que tem beleza e emoção. O talento musical de um dos maiores expoentes da música clássica brasileira, chamado Heitor Villas-Lobos interpretado por Antônio Fagundes e Marcos Palmeira (Villa-Lobos – jovem) foi narrado neste filme.A direção foi feita pelo diretor Zelito Viana (irmão do humorista Chico Anysio e pai do ator Marcos Palmeira), que conseguiu retratar e realizar a todo custo a poética da vida brilhante do compositor para as telas cinematográficas. Esse trabalho foi uma luta de 25 anos de tentativas.
A gravação desse filme foi paralisada por quatro vezes devido à falta de dinheiro. E ainda, ouve uma dificuldade na pesquisa sobre o biografado. Pois, não há literatura sobre o compositor que aproxime da importância histórica. O trabalho foi gravado em 1999. E apesar de alguns anos, o filme ainda permanece com o selo de ouro nas videolocadoras da cidade.Entusiastas pela boa música devem com certeza, assisti-lo.
Villa-Lobos nasceu em 05 de março de 1887, no Rio de Janeiro. Foi um compositor reconhecido na Europa e principalmente em Paris, que ainda é uma referência nossa do "verde-amarelo". Só para se ter uma idéia, nas lojas de CDS dos Estados Unidos, existe espaços demarcados para a obra deste mestre. Composições avolumaram-se como: "Tico-tico no fubá", "Cânticos Sertanejos", "Brinquedos de Roda", Sonata Fantasia nº 01", "Operas Aglaia" e "Elisa" dentre outras obras. O compositor também foi um dos nomes mais importantes da "Semana da Arte Moderna", em 1922, onde se apresentou no Teatro de São Paulo da época. Depois, de uma longa viagem ao mundo, Villas-Lobos foi também secretário da Educação Musical do Governo Getúlio Vargas, no qual ele implantou o ensino da música nas escolas públicas no país. E em 1945, criou a Academia Brasileira de Música no Rio de Janeiro. Sabia disso? Pois, é...O filme começa com uma homenagem para o compositor erudito no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. E durante o concerto, Heitor evoca lembranças do passado. Desde o primeiro momento com a música, passando pela fase de que seu pai queria que ele fosse um médico, até seus momentos de realizações e descobertas. O filme cruza em três fases de formação desse gênio (infância, fase adulta e o envelhecimento). O tempo e o espaço da narrativa e a música foram elementos fundamentais para o filme. O lado do desamor com a esposa, Lucília (Ana Beatriz Nogueira) e a paixão incontrolável pela Mundinha (Letícia Spiller) culminou em uma cena ao som de uma de suas composições (Bachiana Número 05) um chorinho dentro de um trenzinho caipira. É uma cena espetacular! A música nordestina também foi um dos grandes momentos. O maestro era fascinado pela cultura popular. Apesar, de que alguns momentos, o filme sofreu alguns descompassos e o flash-back ficou meio perdido, Mas, mesmo assim a obra não perde o reconhecimento de um homem que amava acima de tudo seu país e lutou por suas raízes. Vale a pena assistir!

Nenhum comentário: