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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

[EXPEDIÇÕES] O Aparthid Social do Cinema Nacional - Por Jean Claude

Filmes aplaudidos desde a produção de "O Bandido da Luz Vermelha" de 1961, de Rogério Sganzerla, e 1981 com o "Pixote – Lei do Mais Fraco" de Hector Barreto.
Agora, está no mercado em DVD para quem não viu ainda,a obra-prima "Cidade de Deus" (Brasil 2002).Um filme que teve sua pré-estréia mundial no Festival de Cannes baseia-se em fatos reais e foi inspirado no livro "Cidade de Deus" de Paulo Lins, Companhia das Letras, 1997. O livro que foi transformado de 550 páginas e 250 personagens ao tempo de 130 minutos e 60 personagens. O diretor Fernando Meirelles leu este best-seller do "aparthid social" e percebeu a importância de se filmar a realidade de um país chamado Brasil. Cidadania, violência, leis, política e todos os contextos sociais foram literalmente apresentados na película. Esse drama foi dividido em três décadas. A primeira: nos meados de 1960, mostrando a convivência pacífica das pessoas em um conjunto instinto habitacional (COHAB), onde crianças como: Dadinho (Zé Pequeno), Buscapé, Marreco (irmão de Dadinho), com os seus amigos: Cabeleira, Alicate conhecidos como "Trio Ternura", começam a assaltar caminhões de gás, dando início a narrativa e os futuros crimes.Formaram também os grupos de extermínios da "Cidade de Deus". A ascensão da favela foi desordenada. Pois, as pessoas foram transferidas às pressas para esta Cidade. E isso aconteceu, por falta de uma organização e reforma agrária governamental.Bem, sabemos que um país mal estruturado causa este desequilíbrio humano de injustiça, medo e morte. Na segunda década, nos anos 70, o personagem Dadinho, forma uma gangue e torna-se líder, até que mais tarde, se transforma em um bandido mais perigoso e temido da Cidade de Deus. E na terceira década, anos 80, Zé Pequeno assumiu o comando do narcótico, expandindo negócios, formando grupos de armamentos pesados e exterminando pessoas sem limites.
Construindo um conflito de apropriação das "bocas de fumos" dos rivais Zé Pequeno e Mane Galinha. As cenas violentas do filme causam discursos dos mais diversos ângulos na sociedade. Principalmente, aquelas crianças que aparecem no filme que foram fuziladas, depois que foram encurraladas por Zé Pequeno e o bando. Situações como esta, abalam-nos emocialmente. Um fato exposto no meio social, que a perda da infância, unida a exércitos precoces de maldades, mostram uma realidade nua e crua. A banalização dessa violência desenvolve um círculo sem fim. Tudo por falta de investimentos da política e por falta de projetos que ajudem essas pessoas. Chamo atenção para um dos personagens principais, o Buscapé. Como um personagem-narrador, em algumas cenas, ele se destaca por progredir e persistir num sonho de se tornar um fotógrafo profissional. Até que, no momento certo, ele ganha o reconhecimento inesperado. Por isso, fazemos uma reflexão: Nada está perdido. Ainda existe solução.
Se estas pessoas tivessem trabalhos e adquirissem seus direitos, poderiam mudar o país. Sempre estamos acreditando que existe uma expectativa de vida para essa classe e miseráveis. Agora pense: Há milhares de Cidades de Deus espalhadas pelo Brasil. Pessoas subjugadas em um mundo perverso, sem oportunidades e visão de nada. Por isso, que o filme provoca revolta e histeria por abordar essa exposição exacerbada da violência e da miséria. O importante é que devemos saber que são humanos e precisam de oportunidades na vida e chance. Outra coisa, é que o livro de Paulo Lins pode até ser inacessível à classe baixa. Mas, a obra filmada veio mostrar a todos que além de letras e folhas, existe uma vida cruel nas favelas brasileiras.

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