Sucesso de público e de crítica,
a peça fica em cartaz no Teatro RioMar nos dias 26 e 27 de setembro
Vencedor dos prêmios APTR, nas
categorias de melhor ator e melhor cenário, e do prêmio Questão de Crítica, na
categoria de melhor iluminação, o espetáculo “Beije Minha Lápide” chega a
Fortaleza nos dias 26 e 27 de setembro, no Teatro RioMar. A peça é uma homenagem
ao escritor Oscar Wilde, morto em 1900, e traz uma reflexão sobre injustiça,
intolerância e homofobia.
Dirigida por Bel Garcia,
produzida por Fernando Libonati e protagonizada por Marco Nanini, ‘Beije Minha
Lápide’ conta a história de Bala (Nanini), ardoroso fã de Wilde que está preso
por quebrar a barreira de vidro do túmulo do escritor no célebre cemitério de
Père Lachaise, em Paris.
Se o drama de Bala é fictício, a
proteção da sepultura é real e foi colocada por conta de um curioso ritual que
os fãs de Wilde faziam ao visitar o local, ao – como o título do espetáculo
indica – beijar a tal lápide. ‘O texto tem muitas analogias com a vida e a obra
de Wilde, com algumas citações mais explícitas e outras que se refletem nas
falas e nas histórias das personagens. Quem não conhece Oscar Wilde vai
entender perfeitamente e esperamos que saia querendo conhecê-lo mais’, explica
Nanini, responsável por convidar Bel Garcia para a direção e o jovem elenco da
Cia. Teatro Independente para dividir o palco.
Julia Marini e Paulo Verlings vem
de montagens bem-sucedidas da jovem companhia, como ‘Cachorro!’, ‘Rebu’ e
‘Cucaracha’, todas com autoria de Jô Bilac. Já Bel Garcia, co-fundadora da Cia.
dos Atores, esteve como atriz na montagem de ‘O Bem Amado’ protagonizada por
Nanini em 2007 e, desde então, desenvolveu carreira de diretora que culminou na
premiada ‘Conselho de Classe’, dirigida em parceria com Susana Ribeiro e também
escrita por Bilac. Assim como nas montagens do grupo, elenco, direção e autor construíram
juntos a dramaturgia em um processo colaborativo.
O processo e a equipe
‘Desde o primeiro momento,
discutimos muito o conceito geral, os diálogos e o desenvolvimento das cenas.
Fiquei impressionado com a rapidez do Jô, que modificava cenas inteiras em um
dia e entregou o texto final em menos de um mês’, conta Nanini. ‘O interessante
é que o texto traz uma visão brasileira, de um autor brasileiro, sobre a
história e o mito. Tem uma Paris retratada que pode ser um reflexo do Rio de
Janeiro também’, analisa Bel Garcia.
Nanini e Fernando Libonati
convocaram o grupo depois de assistir com entusiasmo a todo o seu repertório,
que ocupou o Galpão Gamboa – espaço mantido pela dupla na Zona Portuária do Rio
– em diversas temporadas. A equipe de criação é formada ainda pelos antigos
colaboradores Daniela Thomas (cenografia), Antônio Guedes (figurino) e Beto
Bruel (iluminação), parceiros de Nanini e Libonati em montagens como
‘Pterodátilos’ (2010). Rafael Rocha, do grupo Tono, assina a trilha e Julio
Parente é o responsável pelas projeções.
‘O texto já tem uma imagem forte
e asséptica, ao trazer o protagonista preso em uma cela de vidro. A partir
disto, a iluminação, a música e as projeções ajudam a trazer uma ‘temperatura’
para a cena’, resume Bel. ‘O vidro ironiza de forma bem cruel esta sensação de
confinamento, pela qual Wilde passou injustamente, ao ser condenado por
sodomia’, assinala Nanini.
Nanini, Wilde e Bilac
Foi na prisão onde Wilde escreveu
‘De Profundis’, uma de suas obras mais importantes, espécie de carta de amor
escrita diariamente durante os dois anos em que esteve encarcerado. O texto
documenta a conturbada relação de amor e ódio que manteve com Lord Alfred
Douglas. Em uma profunda autoanálise de consciência, Wilde tece reflexões e
observa à distância a sua própria tragédia.
‘’De Profundis’ traz Wilde fora
de sua vida de luxo e sucesso que tinha desde então e mostra como a prisão
redimensionou as suas percepções sobre a vida e a morte’, conta Jô Bilac, que
criou a peça inspirado pela força que o discurso do escritor ainda tem. Nanini
concorda: ‘‘De Profundis’ é quase um milagre pela forma com que foi escrita.
Não somente os temas de Wilde que são atualíssimos, mas também a sua escrita
irônica e elegante’, afirma Nanini, cujo tempo livre tem sido dedicada à
pesquisa e releitura de textos do irlandês.
Bilac, que diz ter criado Bala
como diálogo de seu encontro com Wilde e Nanini, passa a integrar o extenso e
variado currículo teatral de Marco Nanini. Somente nas últimas duas décadas –
sempre com Libonati na produção – o ator protagonizou clássicos de Molière, (‘O
Burguês Ridículo’, 1996), Edward Albee (‘Quem Tem Medo de Virginia Woolf, 2000)
e Arthur Miller (‘A Morte de Um Caixeiro Viajante’, 2003), além de espetáculos
mais ligados ao experimentalismo (‘Um Circo de Rins e Fígados’, de Gerald
Thomas, 2005, e ‘A Arte e a Maneira de Abordar Seu Chefe Para Pedir um
Aumento’, texto de Georges Perec com direção de Guel Arraes, em 2012).
Esta alta produtividade inclui
ainda autores nacionais (Dias Gomes em ‘O Bem Amado’, de 2007, e João Falcão,
no monólogo ‘Uma Noite na Lua’, 1997) e um flerte com a dramaturgia do
americano Nicky Silver em ‘Os Solitários’ (2002) e ‘Pterodátilos’ (2010), ambas
com direção de Felipe Hirsch. Neste período, conquistou os Prêmios Shell,
Sharp, Mambembe, Bravo, APTR, APCA, Qualidade Brasil, Quem, Contigo e Faz
Diferença (O Globo).
SERVIÇO:
Teatro: RioMar Fortaleza
Endereço: Shopping RioMar Fortaleza - Rua Lauro
Nogueira, 1500 loja 3001 – L3
Datas: Dias 26 e 27 de setembro
Horário da apresentações: Sábado
às 21h e domingo às 19h
Site de vendas: :
www.ingressorapido.com.br - Televendas: 4003-1212
Horário de funcionamento da
bilheteria: Terça-feira à sábado das 12h às 21h. Domingos das 14h às 20h.
Classificação Etária: 16 anos
Duração: 80 min.
Valor do ingresso : R$ 25,00
(inteira) e R$ 12,50 (meia)
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