A cultura viva do povo brasileiro
em exposição na CAIXA Cultural Fortaleza
Lugares, formas de expressão,
saberes e ofícios das cinco regiões fazem parte da exposição
A CAIXA Cultural Fortaleza
apresenta, de 20 de agosto a 26 de outubro, a exposição "Patrimônio
Imaterial – A Cultura Viva dos Povos". Um total de 30 bens imateriais do
povo brasileiro – lugares, formas de expressão, saberes e ofícios transmitidos
e renovados de geração em geração de todo o país – estarão à mostra em duas
galerias do prédio.
Para compor a exposição, os
idealizadores Fernanda Pereira (profissional de relações públicas – Porto
Alegre), Mirna Brasil Portella (escritora e pesquisadora na área de cultura
brasileira – Rio de Janeiro) e Luiz Prado (produtor cultural – Rio de Janeiro),
contaram com a curadoria do historiador Luciano Figueiredo, que buscou bens
imateriais registrados ao longo de 12 anos pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão do Governo Federal que apoia o
projeto por meio do Departamento de Bens Imateriais. Entre o material exposto,
estão peças gentilmente cedidas por vários museus do país.
Por meio de textos, fotos,
vídeos, músicas, sons e objetos, os bens imateriais apresentados são
distribuídos em três blocos, em forma de aldeias circulares que podem ser
atravessadas em um percurso livre, de acordo com a vontade de cada visitante. A
primeira aldeia representa os povos que construíram a identidade do brasileiro.
São imagens de índios, portugueses, italianos, africanos, japoneses e alemães,
cujos traços estão miscigenados na população brasileira, que cria e recria suas
manifestações culturais.
Na segunda aldeia estão as
paisagens, imagens de cidades, aldeias, sítios históricos, cachoeiras e praias
que formam o rico patrimônio natural do país. Os ofícios, saberes e fazeres do
povo brasileiro estão na terceira aldeia. Eles estão representados na pintura,
no tear, na dança, entre outros bens reconhecidos como imateriais. Um exemplo:
o Ofício das Baianas do Acarajé é apresentado por meio dos ingredientes usados
para o quitute e do tacho onde é feita a massa. “O patrimônio não é o bolinho,
mas tudo o que está envolvido na preparação, é essa imaterialidade que queremos
passar para as pessoas”, explica o curador.
Os bens expostos: Entre os bens
imateriais presentes à exposição estão: a Cajuína, que entrou para o Livro dos
Saberes do Iphan no dia 15 de maio de 2014; o modo artesanal de fazer queijo de
Minas nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais; e a
Cachoeira de Iauaretê, lugar sagrado dos povos indígenas no Amazonas.
“O público poderá ver o barro
usado para fazer a panela da moqueca, o processo da confecção, o significado
desse trabalho; entender o saber envolvido na elaboração das bonecas Karajás,
do acarajé, de uma festa religiosa, e a importância de uma cachoeira
mítica", revela Figueiredo. "A maioria dos brasileiros não tem
conhecimento sobre esses bens imateriais”, comenta.
Antes de chegar a Fortaleza,
"Patrimônio Imaterial - A Cultura Viva dos Povos" esteve em exposição
na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Depois de Fortaleza, a exposição segue
para Salvador, onde será aberta em dezembro.
O Ceará: No Ceará, algumas
manifestações culturais estão em processo de registro pelo Iphan. Em fase final
da instrução do processo de registro estão: a Festa do Pau de Santo Antônio de
Barbalha e o Teatro de bonecos popular do Nordeste. E mais: Romarias de
Juazeiro do Norte, em devoção ao Padre Cícero e Nossa Senhora das Dores; Cocos
do Nordeste; Ofício de Vaqueiro; Literatura de Cordel; Matrizes tradicionais do
Forró; Romarias de Canindé, em devoção a São Francisco; e o Maracatu do Ceará.
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