Palomo - Berna Reali
2009- Midas - Frame Vídeo - Armando Queiroz
1997 - Coletivo - Armando Queiroz
“Rotas: desvios e outros ciclos”
traz recorte de produção de 12 artistas do Ceará, Piauí e Pará
O Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura abre nesta quinta-feira (7), às 19h, no Museu de Arte Contemporânea do
Ceará, a Exposição “Rotas: desvios e outros ciclos”. A Mostra, com curadoria de
Bitu Cassundé e Marisa Mokarzel, ocupará todas as salas do MAC, apresentando um
recorte que integra 12 artistas do Ceará, Piauí e Pará.
A Exposição utiliza eixos que
discutem mecanismos de trânsitos, fluxos, deslocamentos e que confluem com
estratégias do corpo, do desejo, da ficção, a partir das relações de poder, subjetivação
e dimensão simbólica. Incorpora possibilidades metafóricas para discutir a
instância da “redescoberta” ou do “novo lugar” por ciclos que pertencem ao
processo histórico, econômico e cultural desses estados. A mostra é composta
pelos artistas: Armando Queiroz (PA), Berna Reale (PA), Danilo Carvalho
(CE/PI), David Cury (PI), Efrain Almeida (CE), Eduardo Frota (CE), Emmanuel
Nassar (PA), Herbert Rolim (PI/CE), Karin Aïnouz e Marcelo Gomes (CE/PE),
Orlando Maneschy (PA), Paula Sampaio (PA) e Priscilla Brasil (MG/PA).
Rotas: desvios e outros ciclos
Rotas se expandem além das
regiões, independentes de cronologias, são partes de um todo impossível de
abarcar, seja por suas grandes dimensões, seja pela inutilidade das
generalizações. O delimitar surge como um pequeno traço, uma linha que se move
e ora se delineia, ora se desfaz frente a um olhar possível entre tantas
trajetórias e rios que nascem e perdem-se em meio às secas e aos oceanos.
Ceará, Piauí e Pará são atravessados e se entrecruzam abrigados em suas
distintas culturas e histórias, unem-se provisoriamente na diversidade da arte
que produzem. Não há uma direção, mas um fluxo de caminhos. Este é um eixo fora
do prumo, a semear possibilidades de pensar e sentir os vários trânsitos e
deslocamentos que confluem com as estratégias do corpo, do desejo, da ficção. A
proposta é deparar-se com as tessituras formadas pelas relações de poder,
subjetivação e dimensão simbólica. A partir dos três estados das duas regiões
(Norte/Nordeste) discute-se a instância da “redescoberta” ou do “novo lugar”,
que, ainda em formação, traz, desprende-se e reformula os ciclos herdados do
processo histórico, econômico e cultural.
Povoada de Antônios e Cândidas
“com seus sonhos de sorte”, a Transamazônica perdida, intercalada por vazios,
margeada por florestas, prolonga-se em outras estradas. Integra-se na viagem
sem fim, de quem da cabine do caminhão tece histórias que se misturam à
paisagem na qual o semiárido pulsa de amor e dor. Na outra margem, tempos
continuados, interrompidos, constituem as delicadas imagens recolhidas de um
cotidiano dos anos 70, pequena narrativa tramada em um caleidoscópio afetivo.
Ficção e arte se misturam, delas emerge o homem solitário, diminuto, esculpido
na madeira assim como os olhos cravados, incrustados na parede, ou proeminentes
a velar tristezas e a inquietar os outros olhos que os veem. Outras formas
cilíndricas e orgânicas provenientes da madeira, cortadas em lâminas, podem
brotar a qualquer instante, ocupar espaços. É possível em meio a tantas rotas
encontrar o plano da cor, a gambiarra a propor díspares conexões. O espaço é
simbólico, é o chão sem fronteira que acolhe a mancha vermelha invasiva a
cobrir a “Rasa cova dos vivos”. O
Eldorado está ali, na Serra Pelada, na boca do Midas, na terra de ninguém. No
corpo que corre as ruas, e nu despe-se de si mesmo. Feito carne transforma-se em gado... Mas, do outro
lado, ou no mesmo território, Chiquita prepara o baile. “Entre o verde
desconforto do úmido” o corpo adentra na mata e dança e canta, porque viver
também é cantar.
Bitu Cassundé e Marisa Mokarzel
Serviço: Abertura da Exposição
“Rotas: desvios e outros ciclos”
Local: Museu de Arte
Contemporânea do Ceará
Hora: 19h.
Acesso gratuito
A exposição pode ser visitada de
terça a domingo, das 10h às 20h (acesso até 19h30).
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