Fortaleza, 06 de dezembro de 2012
– Com palestras e interpretação de textos e poemas, o Centro Cultural Banco do
Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108)
comemora os 120 anos de nascimento do escritor Graciliano Ramos e os 120 anos
de criação do grêmio cultural Padaria Espiritual.
Intitulada “Os 120 anos do Velho
Graça”, a palestra gratuita ministrada pela professora-doutora Fernanda
Coutinho acontecerá na próxima quarta-feira, 12, às 18 horas, no cineteatro do
CCBNB-Fortaleza (2º andar). Ela também lançará e autografará o seu livro
“Imagens da Infância em
Graciliano Ramos e Antoine de Saint-Exupéry”, incluído na
Coleção Textos Nômades, editada pelo Banco do Nordeste.
Nascido em Quebrangulo, Alagoas,
em 1892, e falecido no Rio de Janeiro, em 1953, Graciliano Ramos é um dos
maiores escritores brasileiros nascidos na região Nordeste. A palestra de
Fernanda Coutinho tem o objetivo de despertar e/ou reavivar o interesse pela
leitura de Graciliano Ramos, mostrando-o desde seus anos de aprendizagem – sua
formação como leitor – até os anos de criação do seu universo ficcional. E, por
último, os anos de consolidação desse patrimônio literário, que continua
apaixonando as novas gerações – aspecto observável pelas inúmeras reedições de
seus livros, pela sólida publicação de estudos críticos e ainda pelas
recriações de suas narrativas por outras linguagens, a exemplo do Cinema.
Padaria Espiritual
Antes, na terça-feira, 11, às 16
horas, também no cineteatro do CCBNB-Fortaleza, os 120 anos de criação do
grêmio cultural Padaria Espiritual serão homenageados com interpretação de
textos e poemas de autoria dos escritores integrantes do grêmio, pelo grupo
Templo da Poesia. Em seguida, haverá uma palestra do professor e poeta Sânzio
de Azevedo sobre o tema.
Fundada há 120 anos em Fortaleza
e idealizada pelo escritor Antônio Sales, a Padaria Espiritual foi a mais
original agremiação do Século XIX, tendo sido fundada em 1892, reorganizada em
1894 e extinta em 1898.
Os seus sócios, cujo número chegou
a 34, eram chamados de “padeiros”; os presidentes, “padeiros-mores”; o
secretário, “primeiro-forneiro”. As sessões eram as “fornadas”, que aconteciam
no “Forno”. O jornal do grêmio, intitulado O Pão, teve seis números em 1892, 24
em 1895 e seis em 1896, perfazendo o total de 36 edições. Foram
“padeiros-mores” Jovino Guedes, José Carlos Júnior e Rodolfo Teófilo, sendo que
Antônio Sales o foi interinamente várias vezes.
Havia “nomes de guerra” dos
sócios, como Moacir Jurema (Antônio Sales), Venceslau Tupiniquim (Jovino
Guedes), Marcos Serrano (Rodolfo Teófilo), e, entre outros, Félix Guanabarino
(Adolfo Caminha), Sarasate Mirim (Henrique Jorge), Corregio Del Sarto (Luís
Sá), Lucas Bizarro (Lívio Barreto), André Carnaúba (Antônio Bezerra), Cariri
Braúna (José Carvalho) e Gil Navarra (José Nava).
A fama da Padaria Espiritual
repercutiu na então capital do País (Rio de Janeiro) e em outros Estados ,
graças ao Programa de Instalação, cheio de humor. Deixou inúmeros livros que
enriquecem a literatura cearense.
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