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sexta-feira, 1 de abril de 2011

[Teatro - CE] BARRELA entra em cartaz às 18h dos dias 01, 02 e 03 de ABRIL no Palco Principal do Theatro José de Alencar


Barrela
Grupo Imagens de Teatro
Horário: 18h
Duração: 1h
Local: Theatro José de Alencar (CE)
Classificação: 18 anos
Ingressos:  R$ 20,00 (dez reais) INTEIRA / R$ 10,00 (cinco reais )   MEIA
100 lugares
Contatos: (85) 88341071 / 31012566



INTRODUÇÃO
“Barrela” foi a primeira peça de Plínio Marcos, e também a mais censurada, condição em que permaneceu durante trinta anos, a partir de 1959.
Barrela significa curra, na linguagem carcerária.
O texto foi baseado numa história verídica que aconteceu em Santos com um rapaz que, por uma briga qualquer, foi atirado na cadeia, onde acabou sendo estuprado pelos outros presos da cela. Jurou vingança e, quando saiu de lá, matou, um por um, todos os que o desonraram.
Chocado ao ouvir o relato, Plínio Marcos decidiu contar a história em forma de diálogo, imaginando situações ocorridas antes, durante e depois do episódio do estupro. Na peça, colocou o foco na briga de poder existente entre os presos da cela. Nesse contexto de enfrentamentos e concessões, vemos a grandiosidade do autor, o arauto dos excluídos.
O realismo grita e sangra  atrás das grades,  onde homens abandonados por sistema carcerário   grita  por socorro, luta por sobrevivência !

Eu estava sem roupa ,e não me vestiram ;eu estava doente e na prisão ,e vocês não me foram visitar”. MATEUS 25,43

BREVES SOBRE O AUTOR PLÍNIO MARCOS
Considerado um autor maldito, o escritor e dramaturgo Plínio Marcos foi um dos primeiros a retratar a vida dos submundos de São Paulo. Poucos escreveram sobre homossexualismo, marginalidade, prostituição e violência com tanta autenticidade.
Nasceu em Santos (SP) a 29 de setembro de 1935 e morreu em São Paulo (SP) a 19 de novembro de 1999.
Na década de 60, Plínio participou da novela "Beto Rockfeller", na TV Tupi, de 4 de novembro de 1968 a 30 de novembro de 1969, fazendo o papel de Vitório, melhor amigo de Beto Rockfeller (Luiz Gustavo), personagem principal da novela. Em entrevista concedida à Folha, em 1993, Plínio afirmou: "nunca gostei de trabalhar na TV. Só fiz 'Beto Rockfeller' para não ficar órfão - “Ficar órfão" significava cair nas garras dos militares - quando me ofereceram o papel, pensei: se aceitá-lo, ganharei evidência. E, enquanto estiver em evidência, os milicos não me pegarão."
Após o ano de 1968, o teatro de Plínio Marcos era sistematicamente censurado. Até mesmo Dois Perdidos Numa Noite Suja e Navalha na Carne, que já haviam sido apresentadas em diversas regiões do país, foram interditadas em todo o território nacional.
Entre suas melhores obras estão: "Barrela" (1958), "Dois Perdidos Numa Noite Suja" (1966), "Navalha na Carne" (1967), Abajur Lilás (1969).

PROCESSO CRIATIVO DE PLÍNIO MARCOS TRILOGIA
O Projeto Plínio Marcos Trilogia tem como objetivo trazer para o público cearense e de todo o Brasil, a importância da obra de um autor tão vigente e contundente como este maldito .. perdão bendito Plínio Marcos!
O espetáculo BARRELA é o segundo espetáculo da Trilogia premiada pela Funarte , Prêmio Myrian Muniz, em 2009. O primeiro foi Abajur Lilás, e o terceiro será Navalha na Carne.
Plínio Marcos Trilogia é fruto de estudo e pesquisa do Grupo Imagens de Teatro, fundado por Edson Cândido, Diretor advindo do Estado de São Paulo.
Desde 1998, o Diretor Edson Cândido se sentiu instigado a montar Plínio Marcos, ao assistir ao filme RAINHA DIABA, interpretada por Milton Gonçalves. Enveredou concretamente no universo fascinante de Plínio Marcos, ao montar o espetáculo MEIA SOLA, de um discípulo seu, Benê Rodrigues, em São Paulo durante os anos de 2001 e 2002, ambientado em um prostíbulo de quinta categoria.
Recém chegado em Fortaleza, fundou o Grupo Imagens de Teatro, com a finalidade de seguir a linha de grandes polêmicos do teatro brasileiro, tais como Plínio Marcos e Nelson Rodrigues, e iniciou estudo, com leitura de livros como: meninas da noite,contos de bordéis,poesia marginal e outros tantos. E filmes; amarelo manga, rainha diaba, anjos do sol, Parada 174, Baixio das Bestas, Carandiru, Estômago, Tropa de Elite, Salve Geral, etc... E montando fragmentos de espetáculos ambientados em locais alternativos, a exemplo de: NAVALHA NA CARNE (Boate Divine e Passeio Público), ABAJUR LILÁS (Boate Divine, Saunas e Praça do Ferreira), DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA (Boate Divine) em 2005 . EU SOU VIDA, EU NÃO SOU MORTE (Fragmento do espetáculo Dr. Qorpo, na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará), (HOJE SOU UM, AMANHÃ SOU OUTRO) (Fragmento do espetáculo Dr. Qorpo no Instituto de Psiquiatria do Estado do Ceará).
Montou ainda, novamente de Benê Rodrigues (discípulo de Plínio Marcos), o espetáculo IMAGENS, em 2004.
O repertório foi amadurecendo ao longo de festivais em Fortaleza, obtendo diversos prêmios, tais como melhor atriz coadjuvante, por ABAJUR LILÁS (FECTA 2003) e melhor atriz, em NAVALHA NA CARNE (BILU e BILA 2003 e 2004), melhor espetáculo, em IMAGENS (Bilu e Bila 2004). A partir de 2005, o grupo continuou a pesquisa sobre Plínio Marcos e fez um estudo paralelo sobre Qorpo Santo, autor gaúcho do século XIX, com laboratórios em hospitais psiquiátricos e visitas a manicômios prisionais, estreando em janeiro de 2007, circulando em Fortaleza, Interior do Estado do Ceará, além de Teresina/Pi, Macapá/AP, Curitiba/Pr, Campina Grande/PB, Ipatinga/MG com o espetáculo Dr. Qorpo durante 2007 e 2008. Após a estréia de Dr. Qorpo e 2007, o Grupo Imagens voltou-se ao ponto culminante e objetivo principal da sua história de fundação: a montagem de espetáculo de Plínio Marcos.
Passou a realizar laboratórios, fazendo vivências em Clubes de streaptease, Cinema Jangada, Cine Love House e outros cinemões, Boate Bumbum, Boate Barbacena, Praça do Ferreira, Praça José de Alencar, prostíbulos diversos em Fortaleza e do interior do Estado do Ceará, visita ao Instituto de Psiquiatria do Ceará, Instituto Mira y Lopes, Presídio IPPO, etc.
Houve ainda pesquisa em cada Estado citado na circulação de Dr. Qorpo, com o conhecimento e convivência, além de entrevistas, nas zonas prisionais e de baixo meretrício.
No Estado de São Paulo em novembro/2007, houve a experiência de um dia inteiro com atriz e diretor em um cinema da Rua Aurora, além de visitas a outros e à Praça da Estação da Luz em Sâo Paulo.
Muito importante também foi assistir diversos espetáculos de peças do mesmo autor e outros, encenados por grupos de todo o Brasil, a exemplo de Barrela, Abajur Lilás, O Grito, Madame Butterfly, O Outro, Rainhas, Oração para um Pé de Chinelo, Diário de um Maldito e Balada de um Palhaço.
Parcerias importantes foram firmadas com entidades afins, tais como com GRABE e APROCE.
E com profissionais experientes, tais como:
- Psiquiatra, Dr. Hugo Barros, que fez todo acompanhamento psicológico e avaliação do processo, desde o Abajur Lilás, primeiro espetáculo da Trilogia.
- Instrutora de expressão Corporal, Dançarina e Atriz Silvia Moura que, na década de 1990 fez parte do Projeto Arte nos Presídios, através da Federação Estadual de Teatro.
- Diretora Luíza Pontes, estudiosa da arte de Plínio Marcos.
Salientamos também o conhecimento pessoal com dois ex-detentos, que expuseram o quotidiano real em um presídio, destacando que o Sistema Prisional não socializa ninguém, pelo contrário, “serve como escola do crime”.
Como resultado de toda pesquisa feita desde sua fundação, o Grupo Imagens comprou os direitos autorais exclusivos dos três espetáculos de Plínio Marcos que compõem a Trilogia.
Montou o primeiro espetáculo, ABAJUR LILÁS, de Plínio Marcos, ambientado na Boate Leite da Mulher Amada (como existente no filme Rainha Diaba e na peça Querô), em que consiste no universo denso e marginal como o próprio autor se intitulava , " minhas peças tem quer ser montadas em uma lona de circo a zona do baixo meretrício.
ABAJUR LILÁS  estreou em agosto de 2009 e permaneceu em cartaz por um ano, até agosto/2010, tendo agendados vários festivais e projetos especiais como o TEATRO DESPUDORADO do Banco do Nordeste, nos dias 2 e 3 de setembro de 2010.
E em 11 de Setembro de 2010, o Grupo estréia o segundo espetáculo da Trilogia, BARRELA, no SESC Iracema.


DESTAQUES NO PROCESSO CRIATIVO E OBJETIVOS DE BARRELA
Destacamos de todo processo criativo deste espetáculo, um documentário feito por detentos do extinto Carandiru após o massacre: O Prisioneiro da Grade de Ferro.
            O documentário pretende retratar e refletir sobre a realidade do sistema carcerário brasileiro, em um momento em que suas contradições se exacerbavam, beirando limites da aceitabilidade.
É este imenso universo que iremos abordar, confrontando nossa visão dos fatos (baseada nas pesquisa, leituras e entrevistas realizadas com detentos, carcereiros, administradores, jornalistas e demais pessoas ligadas ao tema) com o olhar dos próprios internos
A reflexão que propomos e que o documentário foi ao encontro, é: hoje, já não basta excluir delinqüentes da sociedade. Urge rever o próprio conceito de encarceramento como forma de recuperação do cidadão e prevenção do crime. Além de os condenados continuarem a praticar crimes que vitimizam pessoas dentro e fora da prisão, os altos índices de reincidência de egressos do sistema carcerário mostram a baixíssima influência positiva que a experiência do confinamento promove nas pessoas.
A ressocialização é um fracasso no Brasil. Dados oficiais revelam que no País 60% dos presos retornam para a cadeia por reincidência. Nos EUA e alguns países europeus esse índice é de 15%.
O que se pretende é ter a intrigante e fascinante discussão sobre a compatibilidade da existência da pena de prisão e o princípio da dignidade da pessoa humana.
É mesmo possível falar-se em dignidade de alguém que está confinado? Como traduzir em número de dias, meses, anos de prisão o ataque a bens como a vida, a integridade física e a liberdade sexual?
Por enquanto, na maioria das vezes, a justiça ainda favorece os ricos, a lei só funciona para os pobres e os políticos – e seus protegidos – têm provado que o crime compensa.
O certo é que existe uma notória contradição em pretender ensinar alguém a ser livre, prendendo-o.  E quando se pensa em reformar o sistema carcerário, é porque se acredita que ele continue existindo... demasiado desumano.

CONCEPÇÃO CÊNICA
O público será recepcionado da mesma maneira que num, dia de visita em um presídio, desde a revista inicial até o compartilhar da comida.
Durante o desenrolar da trama, o público irá vivenciar a realidade do mundo carcerário e o antagonismo sensacionalista com que a mídia mostra o preso, assim como as diferenças de tratamento entre o preso que rouba uma galinha para se alimentar e outro que desvia dinheiro público.
            O Grupo visitou diversas modalidades carcerárias e inseriu no espetáculo diversos elementos visuais e simbólicos ali colhidos, assim como a sensação claustrofóbica e dolorida do silencio e da solidão.
BARRELA é um espetáculo para quem não sofre do coração.

FICHA TÉCNICA
ELENCO
beto menêis
solon nogueira
alcântara costa
júnior martins
fábio frota
bruno façanha
warner borges
aluisio barbosa
marcos amaral
saymon moraês
ronaldo moizinho
lana gurgel

TEXTO
plínio marcos
DIREÇÃO
edson cãndido
ILUMINAÇÃO
fábio oliveira
FIGURINO
alcãntara costa
CENOGRAFIA
alcãntara costa e edson cãndido

CURRICULO DO ESPETÁCULO
* TEMPORADA SESC IRACEMA-SETEMBRO E OUTUBRO-2010

PRÊMIOS

*O ESPETÁCULO FOI  INDICADO NO PRÊMIO BALAIO  2010 NAS SEGUINTES CATEGORIAS:

-melhor espetáculo
-melhor direção
-melhor cenografia
-melhor iluminação
-melhor produção
-melhor maquiagem
-melhor conjunto cênico
-melhor ator ( sendo que 06 atores estão concorrendo)

Prêmio balaio é considerado o oscar do teatro cearense,   o resultado e apuração dos votos dia 19 de março.


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